SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Treze pessoas morreram vítimas de acidentes de trânsito nas marginais Tietê e Pinheiros no primeiro semestre de 2018. O número é ligeiramente menor do que o registrado no mesmo período de 2017, quando foram registradas 15 mortes, mas ainda maior do que o índice de 2016 (10 mortes), quando a velocidade máxima permitida nas vias era menor.

Os dados são do Infosiga, sistema de monitoramento de vítimas fatais no trânsito do Governo do Estado. 

Nove dos acidentes fatais ocorreram na marginal Pinheiros, contra quatro na marginal Tietê. 

Além disso, nove das mortes nesse período são de motociclistas, as outras quatro são pedestres. Em um dos casos, um motociclista com idade entre 50 e 54 anos colidiu com a traseira de um automóvel numa noite de abril, na marginal Pinheiros. Ele chegou a ser socorrido ao Hospital das Clínicas, mas morreu em seguida.

Em outro caso de fevereiro desse ano, um motociclista colidiu aparentemente sozinho contra uma mureta na via. O jovem, com idade entre 18 e 24 anos, morreu no Hospital Campo Limpo. O boletim de ocorrência não aponta testemunhas do acidente. 

As marginais foram as únicas vias na cidade que tiveram seus limites de velocidade aumentados, após uma promessa eleitoral feita pelo então prefeito João Doria (PSDB). A medida foi tomada, apesar do alerta de especialistas de que velocidades mais baixas nas vias evitariam mais mortes.

Após a medida, a Prefeitura de São Paulo anunciou um programa para aumentar a segurança viária nas pistas das marginais. Mas o que se viu foi uma inversão da tendência de queda no número de mortes nas marginais.

Em todo o ano de 2014, 68 pessoas morreram nas vias; em 2015, foram 46, e, em 2016, as mortes chegam a seu menor número, 26.

Já em 2017, com a velocidade máxima permitida aumentada, os acidentes nas marginais mataram 34 pessoas, entre pedestres, motociclistas e uma criança que estava em um carro. Em dezembro daquele ano, a Folha publicou o perfil de 27 dessas vítimas.

A CET e a atual gestão municipal dizem ter convicção de que as mortes de 2017 não tiveram relação com o aumento das velocidades nas pistas. A companhia lista a imprudência e a inexperiência como fatores mais relevantes.

Uma reportagem da Folha de S.Paulo em novembro mostrou que não há dados técnicos e objetivos capazes de isentar a velocidade como componentes dos acidentes com mortes nas marginais.