Henry Milleo – Assembleia

Em assembleia na tarde de ontem, os motoristas e cobradores de Curitiba aprovaram um indicativo de greve, caso o projeto que prevê a substituição de cobradores nos ônibus do transporte coletivo plea bilhetagem eletrônica, avance na Câmara Municipal. Segundo a decisão da assembleia, haverá greve geral caso o projeto vá para votação no Legislativo. No momento o projeto encaminhado pelo Executivo tramita na Comissão de Constituição e Justiça.
A ameaça de os motoristas e cobradores de ônibus realizarem uma greve em Curitiba e região metropolitana é encarada como uma movimentação ilegal por parte do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região (Setransp). De acordo com Luiz Alberto Lenz César, diretor-executivo do sindicato patronal, as empresas têm cumprido com tudo o que foi acordado na convenção coletiva assinada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PR), em maio último, e não há embasamento legal para uma paralisação neste momento.
“O indicativo de greve não tem nenhum amparo legal. As empresas estão pagando em dia, oferecendo trabalho, dando garantia de emprego. Então não há razão nenhuma para uma greve e se houver alguma paralisação, vamos recorrer à Justiça, buscar que se cumpra a lei”, destaca.
Durante assembleia, os motoristas e cobradores também aprovaram a realização de um ato de entrega de um pedido formal de retirada do projeto, na Prefeitura de Curitiba, na próxima terça-feira, às 15 horas. Outra medida aprovada pelos trabalhadores foi o início de uma maratona parlamentar com visitas aos gabinetes dos vereadores. 

Processo de mudança pode levar de seis meses a dois anos e meio
Atualmente, são 2,5 mil cobradores trabalhando no sistema urbano de transporte, número que sobe para 4 mill quando consideradoo o sistema urbano e metropolitano. Pela convenção coletiva da categoria, assinada em maio último, as empresas estão obrigadas a garantir a estabilidade de emprego dos trabalhadores por 12 meses – ou seja, até o dia 2 de maio de 2019. 
Questionado sobre qual poderia ser o tamanho do corte no número de funcionários a partir do ano que vem, caso seja realmente implementada a bilhetagem eletrônica, Luiz Alberto Lenz César, diretor-executivo do sindicato patrona, disse que “isso é muito relativo”. “Até porque, primeiro, existe um cronograma físico-financeiro pela condição financeira das empresas. Pode levar seis meses, um ano, dois anos, dois anos e meio. Mas à medida que haja essa redução, (os trabahadores) vão ser transferidos para outras funções.”
As empresas, explica Lenz César, são favoráveis à proposta apresentada pelo Executivo. Segundo ele, as empresas defendem “a modernidade do sistema” e a “segurança do transporte coletivo, a extinção da circulação do dinheiro nos ônibus, o que trará mais segurança aos passageiros, motoristas e também aos próprios cobradores”.