Onaireves Moura, presidente licenciado da Federação Paranaense de Futebol (FPF), voltou a atacar. Ontem, em Curitiba, protocolou na Polícia Federal denúncias contra o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mario Celso Petraglia. Em seguida, foi ao Rio de Janeiro, e entregou ao  Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) dossiê contra o procurador-geral do STJD, o paranaense Paulo Schmitt.

Petraglia é acusado por Moura de sonegação de impostos e desvio de dinheiro do Atlético para enriquecer sua família. Schmitt foi alvo de ataques mais pesados. “Ele tem que ir pra cadeia”, declarou. Segundo Moura, o procurador tem favorecido determinados clubes no STJD em troca de dinheiro. “É uma quadrilha”, afirmou ele, dizendo que dois auditores do Tribunal fazem parte do suposto esquema — Alexandre Quadros e Renata Quadros.

Moura foi punido na semana passada pelo STJD com suspensão de três anos e dois meses, em dois processos. Em um deles, foi condenado por desvio de recursos e, em outro, por desrespeito ao Tribunal.  Ele ainda responderá um terceiro caso, em que é acusado de falsificação de borderôs. Uma dessas denúncias partiu do Atlético.
Ontem, Moura não deu detalhes sobre as denúncias contra Schmitt. “Não quero abalar a Justiça Desportiva brasileira. Quero é que essas pessoas sejam postas para fora”, disse. “Sei que tem pessoas sérias aqui e não podem conviver com pessoas como essas”, declarou.

Schmitt se defendeu das acusações. “Me parece uma tentativa de desfocar sobre o que pesa sobre a gestão dele”, disse. “Ele (Moura) está tentando levar o debate para o plano pessoal. Quer transformar em algo muito primário, não como réu, porque como réu ele não é primário”, atacou o procurador, garantindo que as denúncias de Moura são absurdas e sem qualquer fundamento.


“Petraglia é como o PC Farias”
Onaireves Moura, suspenso do futebol pelo STJD, disse ontem no Rio de Janeiro que entregou à Polícia Federal denúncias contra Mario Celso Petraglia. Ele acusou o dirigente do clube de sonegação de impostos e de desvio de recursos. “Todo dinheiro vai para o bolso da família Petraglia”, afirmou.

As acusações já haviam sido apresentadas à imprensa por Moura em 25 de maio e entregues na semana passada ao Ministério Público e ao Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) da FPF.

Ontem, Moura contou que começou a ser perseguido por Petraglia em 1995, após se recusar a ajudá-lo a fraudar jogos de futebol. “Ele foi caixa de campanha do (Jaime) Lerner (ex-governador). Ele era o PC do Collor”, acusou. “Com esse poder, ele obrigava a pessoa a fazer qualquer coisa”, disse. Moura contou um caso em que foi acusado de assassinar um funcionário da Federação. Dois dias antes de uma assembléia decisiva na entidade, o corpo  foi exumado e passou por nova perícias, cinco anos após morrer devido a uma derrame cerebral  — segundo o laudo original. O ex-presidente da FPF deu entender que Petraglia estaria por trás dessa manipulação.

Segundo Moura, o presidente do Atlético foi responsável também pelas duas prisões sofridas por ele – uma por sonegação de INSS e outra por irregularidades em casas de bingo.

O Atlético e Petraglia só se manifestam por meio do site oficial do clube ou por entrevistas coletivas. Em notas publicadas nos últimos dias, dirigentes atleticanos afirmaram que não vão entrar no debate promovido por Moura. “Não cabe, nesta ocasião, polemizar ao nível da leviandade do autor das mal intencionadas acusações, cuja ausência de credibilidade de suas atitudes perante a opinião pública é sobejamente conhecida”, disse uma das notas oficiais do clube.  (SRF)