Geraldo Bubniak/AN-PR

Ansiedade, depressão e perda da autoestima. Depois de um ano de pandemia, essas foram as três principais consequências do isolamento, do home office e da homeschooling nas mulheres, especialmente nas mães e chefes de família. “As mulheres tornaram-se mais vulneráveis neste ano. No dia a dia do consultório, observei que muitas interromperam os cuidados básicos, como a prevenção do câncer de colo de útero e mama e outras patologias que detectamos nos exames periódicos. Somado a isso, as incertezas desse ano também afetaram a saúde mental de todas. Então, já está mais que na hora das mulheres cuidarem de si, já que a pandemia não tem data para terminar”, afirma a médica cooperada da Unimed Curitiba, especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Rosane Frecceiro.

Segundo a especialista, além de manter a energia positiva e a esperança em dias melhores, as mulheres precisam ter uma alimentação adequada, com muitas frutas, verduras, legumes e gordura boa, como as oleaginosas, ter um sono reparador, ingerir muita água e manter atividades físicas regulares. “Isso sem esquecer do uso da máscara, da higiene constante das mãos e de manter o distanciamento social para evitar o contágio”, completa.

Esses cuidados diários e rotineiros também ajudam a evitar a depressão e a prevenir doenças cardiovasculares. Rosane lembra que o diagnóstico de doenças cardiovasculares em mulheres cresceu 16,13% no último ano e que a os casos de AVC (Acidente Vascular Cerebral) em mulheres já se equipara à incidência em homens.

Mas nem todas as mulheres conseguem encarar de forma positiva o prolongamento da pandemia, especialmente nas últimas semanas, com o agravamento da doença no país e a sobrecarga da rede hospitalar. “Algumas mulheres são mais resilientes, outras reagem com revolta, raiva e agressividade, podendo desenvolver depressão, medo de morrer e compulsões por álcool, comida e até drogas. É muito importante cuidar do equilíbrio emocional e da saúde mental, dedicando tempo a si mesmas”, orienta.