SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos EUA, Donald Trump, chegou à China nesta quarta-feira (8) e foi recebido com pompa, em uma visita oficial que tem como temas centrais o comércio bilateral e a Coreia do Norte.
A escala na China é vista como a principal no tour de mais de dez dias do presidente americano pela Ásia. Com aprovação em baixa nos EUA, Trump se encontrou com o dirigente chinês, Xi Jinping, recentemente fortalecido pelo Congresso do Partido Comunista chinês.
Trump está acompanhado dos chefes de algumas das mais influentes empresas americanas, como Qualcomm, Goldman Sachs e Boeing. Mas muitos preferiram ficar de fora ao perceberem que o foco da viagem eram acordos comerciais e não os desequilíbrios econômicos entre os dois países ou reformas estruturais mais amplas.
A tensão comercial entre Pequim e Washington cria preocupações de empresas globais sobre uma possível nova onda de protecionismo que pode afetar o crescimento global. Washington acusa Pequim de não cumprir promessas de abertura comercial, mas gostaria de estimular um clima de cooperação, em vez de confrontação com Xi.
Trump afirmou que o deficit comercial dos EUA com a China, de US$ 347 bilhões em 2016, era “constrangedor de tão ruim”.
Autoridades chinesas e americanas revelaram uma série de acordos, avaliados em torno de US$ 9 bilhões, que serão divulgados nesta quinta (9) em evento com os dois líderes. Um deles, a venda de 50 helicópteros Bell para um comprador chinês, representa o tipo de exportação industrial que Trump defendeu durante a campanha. Mas outros têm a ver com o setor alimentício, com pouco impacto no aumento da base industrial dos EUA.
Se o comércio for de fato discutido entre os líderes, o governo de Xi não deve oferecer concessões suficientes, frustrando os negociadores americanos. Isso deve levar a mais medidas protecionistas por parte dos EUA.
No Congresso do Partido Comunista, Xi prometeu maior abertura da economia, mas revelou planos de manter estatais fortes em áreas como finanças, energia e telecomunicações.
O governo também pretende liderar o desenvolvimento de carros elétricos e outras tecnologias, o que preocupa empresas estrangeiras.
Coreia do Norte
Trump deve pedir ajuda da China para conter a Coreia do Norte, após advertir o ditador Kim Jong-un de que as armas nucleares que está desenvolvendo “não aumentam a segurança”. “Elas estão colocando seu regime em grande perigo”, disse.
Trump deve pressionar para que a China restrinja seu comércio com o regime de Kim Jong-un e que expulse trabalhadores norte-coreanos. O presidente tem elogiado a China por tomar medidas contra Pyongyang mas quer que o país faça mais.
Trump e a primeira-dama, Melania, foram recebidos no aeroporto de Pequim por crianças pulando com bandeirinhas dos EUA e da China.
Eles tomaram chá com Xi e sua mulher, Peng Liyuan, e fizeram um tour da Cidade Proibida, o antigo palácio imperial. Antes de jantar com os anfitriões, assistiram a uma apresentação de ópera.
O americano mostrou a Xi um vídeo de sua neta, Arabella Kushner, cantando em mandarim e recitando poesia chinesa clássica. Ouviu de Xi que a performance da menina merecia nota máxima.