NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) – A uma plateia formada por líderes e representantes das 193 nações, o presidente americano, Donald Trump, rejeitou o globalismo, defendeu o patriotismo acima de tudo e afirmou, nesta terça (25), que só países aliados dos EUA receberão dinheiro de Washington.

“Só vamos dar ajuda financeira para quem nos respeita e, sinceramente, é nosso amigo”, afirmou o americano em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

No discurso recheado de autoelogios, Trump rejeitou “a governança global, o controle e a dominação” e defendeu o direito ao isolacionismo, afirmando preferir o patriotismo ao globalismo.

“O EUA não vão dizer como cada um deve viver, trabalhar ou rezar, mas os outros países devem respeitar a soberania americana” afirmou ele, que criticou as negociações para um acordo internacional para a questão migratória.

O americano voltou a fazer ataques a órgãos internacionais, incluindo o Tribunal Penal Internacional e o Conselho de Direitos Humanos da ONU (do qual os EUA saíram).

Logo no início de seu discurso, provocou riso involuntariamente na plateia ao afirmar que seu governo conseguiu mais sucesso em dois anos do que qualquer outra gestão anterior. “Eu não esperava essa reação, mas ok”, respondeu após as risadas.

Trump foi mais ameno do que no provocativo discurso de estreia na Assembleia Geral da ONU, no ano passado, quando ameaçou destruir a Coreia do Norte e criticou Irã, Cuba e Venezuela.

Embora tenha voltado a reclamar de Teerã e Caracas, elogiou o regime norte-coreano e agradeceu ao ditador Kim-Jong-un pela melhora da relação entre os países –Índia, Arábia Saudita, Polônia e Israel também ganharam elogios do americano.

“Dialogamos com a Coreia do Norte para descartar a possibilidade de conflito, em um movimento ousado e corajoso”, disse. “Conseguimos avanços inimagináveis há pouco, mísseis não estão voando mais, instalações nucleares já estão sendo destruídas.”

Embora a negociação prossiga, não há prova, por ora, da desnuclearização do país.

Ao chegar à sede da ONU, Trump afirmou a jornalistas que estava ansioso para desenvolver uma boa relação com o Irã, mas que isso só irá acontecer quando Teerã “mudar o tom”. No discurso, porém, o país foi o principal alvo.

“Os líderes iranianos buscam caos, morte e destruição. Querem riqueza e espalhar a loucura no Oriente Médio e no mundo. Mandam seus aliados para estimular guerra”, afirmou, em uma alusão ao conflito na Síria.

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, também ganhou a atenção do americano. “Todas as nações do mundo devem resistir ao socialismo e à miséria que ele traz.”