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Com a pandemia do novo coronavírus, as seguradoras se encontraram com um panorama complicado: diante da dificuldade dos clientes para fazer a quitação das parcelas do seguro, alguns pensaram em cancelar o serviço e outros procuraram outras modalidades que ofereciam valores mais em conta. Também houve clientes que optaram por cancelar por não estar utilizando o veículo.

Este cenário exigiu das seguradoras uma rápida adaptação e um aumento da sua flexibilidade para não perder clientes. Mudar rapidamente um negócio tão consolidado não é fácil, mas os números indicam que o período crítico já passou e, apesar de não apresentar um crescimento positivo, o setor se encaminha a isso. Em agosto deste ano o setor de seguros registrou um aumento de 7,3% na sua arrecadação, segundo informa a edição 31 da Conjuntura CNseg. Porém, ao comparar com o mesmo mês do ano passado, ainda o desempenho é negativo, mostra uma queda de 0,8%.

Mas, segundo a Síntese Mensal de Agosto 2020 publicada neste mês pela Susep, o segmento específico de seguro Automóvel mostrou uma queda na arrecadação de 5,3% entre a janeiro e agosto e neste último mês o volume de prêmios caiu 3,8% respeito ao mesmo período do ano passado.

A perspectiva de crescimento do setor segurador para o que resta do ano é positiva, pois o padrão de crescimento se mantém em aumento desde junho. E mesmo apresentando uma queda no acumulado nos últimos 12 meses de 1,3%, o segmento apresenta um avanço de 2,2p.p. em relação ao mês de julho.

Os fatores que geram esses números são vários, entre eles a redução da venda de veículos, nestes oito meses foi registrada uma queda de 27,5% segundo a Fenabrave. Esta baixa impacta diretamente no número de novas apólices vendidas, pois os veículos 0km são os que mais contratam seguros.

Como este elemento escapa totalmente do controle das seguradoras, o foco de ação foi nas estratégias para conservar os atuais segurados e captar novos. No primeiro caso o caminho foi flexibilizar as renovações: foram oferecidos interessantes descontos para a nova apólice com o objetivo de garantir a permanência dos segurados, também uma maior quantidade de parcelas e prazos estendidos para os bônus aplicados nas renovações.

Por outro lado, a criação e desenvolvimento de novas modalidades de seguro para captar novos clientes. Os seguros “à medida” permitem oferecer um serviço personalizado, adaptado às necessidades e ao bolso do cliente. Apesar dos esforços, houve uma melhoria na arrecadação das seguradoras, mas ainda falta para chegar ao patamar pré-pandemia.

Algumas medidas específicas

A Youse ofereceu um desconto de 20% para os clientes que renovassem sua apólice, que inclui assistências gratuitas, independentemente do plano contratado, e a possibilidade de recortar coberturas para ter um gasto menor por um serviço de alta qualidade. E além disso a possibilidade de fazer a vistoria de forma on-line, sem ter que sair de casa nem perder tempo.

Isto lhe permitiu aumentar em 20 p.p. suas renovações nos meses mais críticos da crise, entre abril e julho. Para os novos clientes oferece um “seguro para a quarentena”, com as coberturas básicas e até um 44% de economia no valor total.

O Bradesco oferece o Seguro Auto Light que cobre o veículo por 80% ou 90% da Tabela Fipe em caso de perdas totais e com um custo de até 30% menor que seus tradicionais planos, que pode ser parcelado em até 10 vezes.

O Santander oferece um seguro especial para quem faz o financiamento do veículo, que permite diluir o valor do seguro nas parcelas do carro, garantindo a cobertura por até 36 meses (3 anos) sem precisar renovar.

Na perspectiva dos segurados…

No entanto, do lado dos segurados as consequências da pandemia são percebidas como benefícios, pelas melhores condições para fazer a renovação da apólice e pelas formas personalizadas de assegurar o veículo, que impactam favoravelmente no bolso.

Mas também estão aqueles que percebem o seguro, nesta quarentena, se torna um gasto desnecessário. No entanto se destaca que os riscos permanecem, se bem que são menores em muitos casos. Neste sentido vale a pena considerar duas opções: primeiro fazer uma redução das coberturas contratadas. Por exemplo, manter uma cobertura por roubo e furto e não a cobertura por colisões, já que a exposição a acidentes de trânsito é menor.

Outra opção seria contratar um seguro por período intermitente, que funcionam por meio de crédito. O segurado compra o serviço e ativa somente quando é preciso, por exemplo, se vai viajar para outra cidade ativa o seguro para cobrir o percurso, e quando o carro estiver guardado em casa o seguro está desativado, sem consumir os créditos. Ou contratar um seguro por quilômetro percorrido, onde o segurado paga uma mensalidade e um valor pelos quilômetros rodados que está em torno dos R$ 0,30.

Hoje em dia a ofertas de seguros é muito ampla e fica igualmente difícil de escolher qual é a mais conveniente. A melhor estratégia para contratar um seguro continua sendo simular e comparar as opções disponíveis. Quando se comparam vários seguros de carros é possível ver o alcance das coberturas e avaliar se é conveniente a relação custo benefício que oferece.

Neste sentido, tanto para renovar como para contratar um novo serviço, contar com boa informação ou com a ajuda de um corretor de confiança é indispensável para cobrir os principais riscos sem gastar demais.