Um dos maiores especialistas em agronegócio e comércio exterior do País, Marcos Jank, professor sênior de agronegócio global do Insper, diz que o Brasil precisa dialogar mais “em inglês” no exterior. “Estão sobrando fatos e faltando percepções.”

De acordo com Jank, o governo e o setor privado têm de se estruturar para defender o agronegócio. “Não podemos seguir um discurso do nós contra eles. Precisamos de um caminho mais virtuoso.”

Um maior alinhamento entre o governo e setor privado é importante para que a imagem do País não fique deteriorada, defende Jank, que foi presidente da Unica, associação que reúne as usinas de cana do País.

O agronegócio brasileiro, segundo Jank, foi um dos que mais expandiram no mundo. “Não há nenhum fundamento que possa impor dificuldades ao agronegócio moderno brasileiro. Não é a agricultura que está desmatando a Amazônia e isso é preciso ser dito.” É preciso ter estudos embasados para que o País possa se defender de ataques especulativos, segundo o especialista.

Comércio exterior

As exportações brasileiras do agronegócio totalizaram US$ 8,27 bilhões em receita em agosto, recuo de 11% sobre o mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura.

A soja responde pela maior receita das exportações brasileiras. Em agosto, os embarques de grãos somaram 5,3 milhões de toneladas, recuo de 34% em relação ao mesmo período do ano passado. A peste suína na China, maior importador global do grão, reduziu as compras do país asiático.

Mesmo com o recuo das vendas externas, o agronegócio elevou sua participação no total das exportações, finalizando agosto com 44% de fatia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.