Dono da maior escola de coach do Brasil e uma das maiores do mundo, a Febracis, o master coach Paulo Vieira defende a metodologia, mas deixa claro: não pode ultrapassar a área de atuação. “Coach não é psicologo, não é psiquiatra. Cada área deve ser respeitada. Nós orientamos todos os nossos alunos. Nós narramos o que é psicologia, psiquiatria, mentoria e separamos as coisas. Nós não vendemos solução para depressão, não vendemos solução para ansiedade. Isso não é um produto nosso. Não era para haver essa discussão”, lamenta.

Vieira explica, no entanto, que existem muitos casos de pessoas que se “curam” por meio das práticas de coaching. “Tenho muitos amigos médicos que se formaram em coach para seu desenvolvimento pessoal. E que têm vários casos de gente que chegou com sintomas de depressão e que quando o nutrólogo, o médico, refez a orientação nutricional a pessoa saiu de uma depressão de três anos”, compara.

Outro caso, segundo ele, é de uma pessoa desempregada por quase um ano que conseguiu um emprego. “Os sintomas de depressão e pânico foram embora. A empresa não é psicóloga”, exemplifica.

De acordo com a Sociedade Latino Americana de Coaching (SLAC), o papel do coach é “apoiar o cliente (coachee) durante o processo de coaching para que possa alcançar as metas determinadas por ele, desde o início do projeto”. A metodologia, segundo o grupo, considera que “tudo aquilo que envolve o passado não pode e nem deve ser considerado. O processo de coaching avalia o estado atual do indivíduo para que ele chegue ao estado desejado”.

“O primeiro foco é performance. O segundo é reestruturação da inteligência, conforme Daniel Golemann, o terceiro, reprodução de crenças, de modelos mentais. O quarto é estilo de vida, estilo de vida saudável. A pessoa vem fazer coaching comigo porque quer melhorar sua performance. Só que nós vamos trabalhar tudo e quando estamos re-empoderando ele em seu estilo de vida, o que acontece com os sintomas depressivos é que eles vão embora. Nós não trabalhamos a cura da depressão, mas quando nos trabalhamos o reequilíbrio muitas vezes a depressão vai embora”, justifica.

O dono da Febracis admite que existem maus profissionais. “Como em todas as categorias, temos instituições e instituições. Temos escolas de coach que são muito boas e tem escolas que não são boas. Nenhuma escola vai garantir a fala de seu aluno”, diz.

Segundo ele, os cursos sérios são exigentes em sua formação. “É boato (que exista curso de quatro dias). Não são quatro dias. Nosso curso tem 98 horas presencial, mais pelo menos mais 60 horas e depois temos toda a grade que envolve treinamento, que chega, dependendo da especialidade, a 600 horas. E temos o TCC também. Tem que entregar e comprovar a experiencia dele. Temos uma plataforma ultracomplexa que vai do registro fotográfico a cada um dos exercícios em que tudo fica registrado. São cinco engenheiros trabalhando nisso”, garante.

Sobre as várias áreas, Vieira afirma que há uma confusão. “O coach, na tradução literal, é técnico. Você pode dizer que coach de qualquer coisa, como diz é ‘técnico’ de qualquer coisa. Eu sou um coach de relações amorosos, é um técnico de relações amorosa. Ou outro siginificado é a profissão. Aí temos o profissional coach, mas são coisas diferentes que se confundem, por ignorância. Eu sou coach de Lyoto Machida e Wesley Safadão. Ambos têm outros vários coach, que são os técnicos de cada área. O Lyoto tem o coach de caratê, de boxe, de musculação, que são os técnicos, da tradução, são coach treinadores”, compara.