Divulgação/Caio Marcelo/criciuma.com.br – Nei Pandolfo

O Paraná Clube procura um novo executivo de futebol desde o início de junho, quando André Mazzuco deixou o clube e acertou com o Vasco. Um dos nomes cotados é Nei Pandolfo, 57 anos, que esteve no Criciúma nessa função de janeiro de 2018 a março de 2019. Como executivo, também trabalhou no Guarani (2017), no Bahia (2016) e no Sport (2014 e 2015). No clube pernambucano, participou da conquista do campeonato estadual em 2014 e da Copa do Nordeste 2014.

De 2011 a 2013, trabalhou como gerente de futebol no Santos, participando da conquista do Paulistão 2011 e da Libertadores 2011. Foi auxiliar-técnico do Atlético-MG em 2010 e do Palmeiras em 2008 e 2009. No Bragantino, teve várias funções entre 1998 e 2002 (coordenador técnico, supervisor e gerente).

Como jogador, foi zagueiro campeão paulista pelo Bragantino em 1990 e vice do Brasileirão com o Guarani, em 1986. Teve uma passagem pelo Coritiba em 1993.

Em entrevista para o Bem Paraná, Pandolfo falou sobre a possibilidade de ser o novo executivo de futebol do Paraná Clube.

Bem Paraná — Você foi procurado pelo Paraná Clube?
Pandolfo — Com a parada da Copa América e a saída do André Mazzuco para o Vasco, o mercado se movimenta. Não é diferente quando você contrata um treinador, um atleta, você busca informações do profissional. Hoje, para você contratar um gerente, um executivo de futebol, é no mesmo formato. Os clubes estão mais profissionalizados, fazem uma análise específica do curriculo, do histórico, do comportamento, de como lidou com elencos que trabalhou. Isso é feito como uma contratação profissional. Tive a fecilidade de ter trabalhado em grandes clubes e tive bons resultados. Seria um grande prazer poder trabalhar no Paraná, um clube que apesar de jovem tem uma estrutura boa. Tem histórico vitorioso, esteve recente na Série A. E é sempre a busca da Série A, quando você está jogando uma Série B. O Paraná não é diferente. Vai buscar sempre o acesso à Série A.

BP — Qual a principal missão de um executivo de futebol em um clube como o Paraná Clube, que tem situação financeira delicada e pressão permanente para retornar à Série A?
Pandolfo — Hoje no Brasil todos os clubes passam por dificuldades. Independente da Série A ou Série B, tem um orçamento limitado. Tem que ser criativo, conhecer muito o mercado, ter muito relacionamento com os clubes, para que você possa nas contratações, nos reforços ter qualidade com baixo custo. Essa sempre é uma dificuldade, mas tem que estar sempre atento para aproveitar as oportunidades. E o Paraná é um clube já estruturado, já está bem na competição, tem um bom elenco. Junto com a comissão técnica e a diretoria a gente vai ter, caso eu tenha essa possibilidade, de buscar reforços para o clube. E outras áreas, segmentos do clube, poder utilizar a base, porque isso é de fundamental importância.

BP — No Brasil, o executivo de futebol é julgado por contratações de jogadores e títulos. No entanto, a função desse profissional vai muito além de disso.
Pandolfo — A primeira coisa que aparece no executivo como missão principal, e todo mundo analisa, a imprensa e a torcida, são as contratações. Elas são fundamentais, são muito importantes, a gente tem que ter todo cuidado e estar muito atento, alinhado com a comissão técnica, com os analistas de desempenho, e acompanhando, tendo experiência de mercado pra buscar essas contratações. Mas cabe também ao executivo de futebol uma organização, coordenação e supervisão do futebol profissional e de base. Identificar o histórico do clube, ter um planejamento orçamentário. Tudo isso envolve obrigações do executivo de futebol. Você tem que ter uma representatividade junto às federações e confederações. Você tem que acompanhar o dia a dia da análise de desempenho, os avanços tecnológicos na preparação física, na fisiologia, na psicologia, na nutrição… Então todas as áreas envolvidas no futebol a gente passa supervisionando, coordenando e, se necessário, intervindo pra corrigir, pra acompanhar. Você tem relacionamento com todas as áreas do clube, com o marketing, com o jurídico, com financeiro… Tem que estar próximo a todos, alinhado com a diretoria pra que você consiga desenvolver suas funções.

BP — O que você pode dizer sobre o técnico Matheus Costa e o elenco do Paraná Clube? Estão à altura do desafio do clube em 2019?
Pandolfo — O Paraná Clube tem um histórico de grandes treinadores. Minelli, Otacílio, Levir, Luxemburgo são treinadores que tiveram sucesso à frente do Paraná. O Matheus já tem trabalho comprovado: o acesso à Série A. O elenco de hoje tem feito uma boa campanha. Claro que, com alguns reforços e agregando mais atletas da base, você qualifica ainda mais o elenco, buscando a volta à Série A, não tenha dúvida, com o comando do Matheus.