PING: Marçal Aquino, escritor

São 15 anos sem publicar ficção, é isso mesmo?

Este ano pretendo publicar um livro novo. Um policial existencial que estou terminando. Chama-se Baixo Esplendor, deve chegar no segundo semestre. Além dos roteiros, fiquei 15 anos trabalhando em quatro livros diferentes, todos ficaram inacabados.

Muita coisa mudou na maneira como a arte é recebida, tanto pelo público quanto pela crítica. É uma preocupação para você?

Houve um incidente que me fez ficar um ano sem tocar num texto em que trabalhava há seis, e quando retornei, ao reler o material, constatei que já havia muita diferença no panorama, várias mudanças de comportamento, políticas. Temi que o livro fosse malcompreendido. É uma farsa, um livro erótico e humorístico, e entendi que não deveria terminar naquele momento, porque teria que dar muitas explicações sobre o livro. Acho detestável ter de publicar um livro com bula.

Você se sente melhor como roteirista ou escritor?

Gosto de roteiro, tenho ficado feliz com as oportunidades de fazer coisas na televisão que seriam impossíveis no cinema. Mas sempre brinco: no juízo final, quero estar na fila dos escritores.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.