SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após ser derrotado pela Colômbia no ano passado, o time brasileiro da Copa Davis, tradicional competição de tênis entre países, estava distante do grupo de elite do torneio e só poderia voltar a ele em 2020.


Um conjunto de fatores, porém, mudou a situação e deixou o país com boas chances de se classificar à fase final, novidade deste ano que será disputada em Madri, de 18 a 24 de novembro.


Para chegar lá, precisa derrotar a Bélgica em confronto a partir das 16h desta sexta (1º), em uma quadra de saibro coberta montada no ginásio Sabiazinho, em Uberlândia (MG).


A oportunidade é consequência da mudança no formato da Copa Davis, agora disputada em duas etapas.


Primeiro, 24 países se enfrentam em uma fase eliminatória. Os 12 vencedores se juntam a quatro já classificados (França, Croácia, EUA e Espanha) e mais dois convidados para a fase final (Argentina e Grã-Bretanha).


Até o ano passado, 16 países disputavam o grupo mundial, apenas com confrontos de mata-mata, em três etapas antes da decisão.


Quem não estava na elite fazia confrontos continentais e tinha a chance de ser promovido ao grupo principal apenas no ano seguinte.


O sorteio, que colocou a Bélgica no caminho dos brasileiros, também foi favorável. Apesar de os europeus terem sido vice-campeões em 2015 e 2017, a equipe convocada para o confronto em Minas Gerais está desfalcada de seus principais jogadores.


David Goffin, 21º colocado do ranking, preferiu ficar na Europa se preparando para uma sequência de torneios. O segundo melhor tenista belga da atualidade, Ruben Bemelmans (132º), também não foi convocado. Assim, Kimmer Coppejans (195º) e Arthur De Greef (202º) serão os rivais nos jogos de simples.


Mesmo sem nenhum representante no top 100, o Brasil leva vantagem, com Thiago Monteiro (106º) e Rogério Dutra Silva (135º). Ambos começaram bem 2019 e conquistaram títulos de nível challenger em janeiro. Monteiro vem embalado pela conquista no Uruguai na última semana.


Nas duplas, o país voltará a contar com seus dois melhores atletas. Bruno Soares, ausente da Davis em 2018 por causa do nascimento da sua filha, volta para formar parceria com Marcelo Melo, recém-recuperado de uma lesão nas costas que o tirou do Australian Open.


“Analisando friamente, de todas as possibilidades [o duelo com a Bélgica] realmente é um dos confrontos em que teríamos mais chances. Vai ser muito especial poder levar o Brasil à fase final. É um evento totalmente novo, e acho muito legal ter a bandeira do Brasil entre as maiores do mundo”, afirma Bruno Soares.


Seu retrospecto nos jogos de dupla da Davis é de 14 vitórias e 3 derrotas. Melo registra 17 triunfos e 4 reveses.


“A gente sabe que o ponto da dupla é sempre muito importante para a equipe. Estou bem empolgado de voltar a representar nossas cores e voltar a jogar ao lado do Marcelo”, disse. Os mineiros não atuam juntos desde setembro de 2017.


Outra novidade da equipe brasileira é Thiago Wild, 18, que está em seu primeiro ano de profissional e foi convocado como reserva.


Apesar do favoritismo neste fim de semana, os brasileiros nunca venceram os belgas nos três confrontos que já disputaram na Davis (1960, 1993 e 2016).


A ordem dos confrontos será divulgada nesta quinta (31).