SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Indicado pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), para ocupar o comando do Ministério das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, rebateu críticas feitas por Celso Amorim, chanceler nos dois governos de Luiz Inácio Lula da Silva, e disse que fará um “exame minucioso” da política externa do PT.

“Celso Amorim diz que represento um retorno à Idade Média. Não entendi se é crítica ou elogio, mas informo que não retornaremos à Idade Média, pois temos muito a fazer por aqui, a começar por um exame minucioso da ‘política externa ativa e altiva’ em busca de possíveis falcatruas”, afirmou o futuro ministro no domingo (18) em rede social.

Mais tarde, ele voltou a se manifestar e disse que o Brasil “não ficará de quatro diante das ditaduras”. Não citou, porém, nenhum governo.

O novo chanceler disse que o país irá negociar “bons acordos comerciais, atrair investimentos e tecnologia” e pediu a seus seguidores que não se preocupassem.

“[O Brasil] terá apenas os pés no chão, não ficará de quatro diante das ditaduras. Os pés no chão, mas não a cabaça enfiada na terra para não ver o grande embate mundial entre o globalismo e a liberdade. Os pés no chão, mas não plantados no mesmo lugar, e sim caminhando passo a passo rumo ao nosso destino.”

Araújo, 51, é diretor do Departamento dos Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos e foi recomendado pelo escritor conservador Olavo de Carvalho. Jair Bolsonaro atrbuiu a escolha ao perfil de Araújo —neste ano ele publicou longo artigo elogioso ao presidente americano, Donald Trump, a quem descreve como salvador do Ocidente— e a sua vida pregressa.

Para o presidente eleito, o futuro ministro motivará a diplomacia brasileira e incrementará o comércio “sem viés ideológico”, em alusão à política externa dos governos do PT, que estreitou laços com países em desenvolvimento na chamada política Sul-Sul.