Dostoievski, Tolstoi, Kafka? Qualquer entendido da grande cultura sabe a diferença entre literatura e cinema e compreende, senão aceita totalmente, as liberdades na adaptação dos clássicos. Mais difícil é convencer os arautos da cultura pop. Batman e Superman tendem a ser intocáveis. Por melhores que sejam Batman – O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan, e o Superman de Zach Snyder, os fãs chiam com as “infidelidades”.

Os Guardiões da Galáxia também fazem parte dessa idolatria, mas são os raros comics que não suscitam tanta polêmica, e por um motivo simples. Os personagens já são uma bagunça, a escória da galáxia. Fala sério – um aventureiro interestelar narcisista, uma órfã alienígena, uma árvore humanóide, um guaxinim falante e um mutante que não se sabe de onde veio. Só doido para levá-los a sério.

Nesta segunda0feira, dia 1º, a Tela Quente da Globo vai incendiar com o segundo volume da série, feito, em 2017, pelo mesmo James Gunn que dirigiu o 1. O filme passa às 22h19, após Fina Estampa. O mérito de Gunn é a sua liberdade narrativa, o humor – e a trilha, que tem até Father and Son, de Cat Stevens, hoje, Yusuf Islam. Apesar de o tema aqui ser grave – as descobertas de Quilt/Chris Pratt sobre seu pai -, a alegria domina. Grande diversão.