Mais de um milhão de pessoas no Rio de Janeiro vivem em comunidades tomadas e comandadas ou pelo tráfico ou pelas milícias. São mais de 800 destas “sociedades paralelas” só no estado carioca. São regiões em que o Estado não impera e na prática quem comanda o território também domina o voto. Neste caso, mais de um milhão de votos. Suficiente para eleger mais de 10 representantes do tráfico e/ou da milícia na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. 
Dentro do regime de presidencialismo de coalizão que estamos sujeitos – baseado tão somente na sustentação do governo – não é difícil imaginar que este “parlamentar” venha a indicar os agentes de segurança que terão a responsabilidade de “servir e proteger” aquela comunidade. E assim a coisa vai ser perpetuando. 
Estamos diante de uma crise no Rio de Janeiro? Esse cenário pode ser repetido em outros estados do país? Em visita rápida por Curitiba, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, chocou os expectadores durante uma palestra na Associação Comercial do Paraná (ACP) ao afirmar que a realidade do Rio de Janeiro é apenas um ensaio de uma crise. 
O que poderia ser pior? A criação de narcoestados ou narcocidades, ou seja, territórios controlados pelo tráfico de drogas. Jangmann não foi longe. Sem citar nominalmente deu a entender que o Paraguai ainda a passos firmes neste caminho. O país vizinho tem abrigado à cúpula do PCC – facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios. Mais que isso. Com o rigor do sistema financeiro, rastreando cada vez mais o dinheiro sujo oriundo do vício das drogas, o PCC tem feito constantes remessas de recursos para o Paraguai. É a exteriorização do crime. 
Respondendo à pergunta que inicia o parágrafo acima, o ministro deu como exemplo o México que tem cidades tomadas pelo tráfico como Ciudad Juarez. Este é o temor. Nos depararmos no Brasil com estados e cidades completamente corruptos em que o Estado é mero coadjuvante. Na visão de Jungmann, o Rio de Janeiro vive o ensaio de uma crise. 

Curtinhas
Segue o plano

O PT ainda não desistiu de fazer o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva  candidato do partido ao Palácio do Planalto nas eleições de outubro. Apesar da vedação imposta pela Lei da Ficha Limpa, os petistas apostam em Dias Toffoli que assume a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro. A estratégia, porém, é guardada a sete chaves. Mas sabe-se que no próximo mês será julgado um recurso de Lula.  

Delator estaria fora do país
O ex-deputado estadual Tony Garcia voltou ao noticiário nesta semana. O jornal o Globo publicou uma nota em que a Justiça teria homologado a delação premiada feita por ele. Imediatamente começou o burburinho nos arredores do Centro Cívico. Há quase 10 dias o ex-parlamentar não posta nas redes sociais – onde costuma ser bem ativo. E começaram os boatos. Tony Garcia falou com poucas pessoas. Disse que está fora do país. Mas como um delator estaria fora do Brasil? Mais boatos.  

Advogado no papel de testemunha
O advogado e professor de Direito Luiz Fernando Pereira, o Pereirinha, sentou no banco de testemunhas numa audiência dentro da ação penal decorrente da operação Integração, da Polícia Federal, que investigou casos de corrupção ligados aos procedimentos de concessão de rodovias federais no Estado do Paraná que fazem parte do chamado Anel da Integração. Pereirinha foi arrolado como testemunha de defesa de Carlos Felisberto Nasser que foi um dos alvos da ação da PF. No depoimento, que aconteceu na segunda-feira e durou 15 minutos, Pereirinha lamentou que este fato [deflagração da operação] “deve acelerar os problemas de saúde [Nasser] e não duvido que pode levar a morte em pouco tempo”, disse. Nasser é suspeito de ter usado uma empresa de fachada para receber dinheiro de empresas ligadas ao pedágio cobrado em rodovias no Paraná. 

Gaeco de olho em Carli Filho
Promotores do Gaeco de Guarapuava abriram um procedimento investigatório para apurar suposta irregularidade no ato de aposentadoria e subsequente promoção, em favor do ex-perito oficial Luiz Fernando Ribas Carli – que foi por três vezes prefeito de Guarapuava.