Quando iniciamos o Projeto Anjos Amarelos para atender vítimas de acidentes de trânsito, entrei para o voluntariado do Hospital do Trabalhador, uma maneira de me aproximar dos pacientes principalmente no Pronto de Socorro para sentir suas necessidades. No dia das crianças a coordenadora de relação com a comunidade, que gerencia a equipe de voluntários, me convidou para ajudar e participar de uma comemoração na segunda feira seguinte, dia da semana que o ambulatório recebe consultas pediátricas não só de acidentados no trânsito. São uma média de 300 atendimentos semanais e no dia não pude deixar de notar a alegria nos rostinhos. Pensei comigo “por que só no dia das crianças”. Pedi autorização, comprei uma pipoqueira elétrica e na semana seguinte começamos com a “Pipocada”. Hoje são atendidas mais de 1.500 pessoas por mês, e semanalmente são gastos 8 quilos de pipoca, 40 litros de suco, 300 cachorros quentes (parceria com o Projeto Conforto da ABBA), e muitas guloseimas, além de bexigas, desenhos para colorir e outras atividades.

Sorriso no hospital
Uns simples gestos de carinho proporcionam retornos tremendos. Geralmente no Hospital do Trabalhador a maioria dos atendimentos são em vítimas de traumas. Como todo atendimento médico no Brasil há uma demora, e uma pipoca, até para os adultos é um afago. Em muitos casos é a alimentação do dia. O reconhecimento está em cada sorriso, o mais marcante em um garoto de seus 7 anos em uma cadeira de rodas surrada que ouvi falar para a mão: “Que sorte que viemos no hospital hoje”.