A serigrafia ao lado, Black Power, por pouco não virou capa de um disco dos Rolling Stones, segundo o marchand Guilherme Simões de Assis. Ele conta que, ao visitar a exposição de Niobe Xandó na Galeria Walton, em Londres, em 1969, o produtor da banda se encantou com a série criada pela artista, máscaras que ostentam uma cabeleira ‘black power’, em moda na época. “Só que ele exigia a cessão perpétua de direitos de imagem e Niobe simplesmente recusou”, conta o marchand.

Fez bem. Ela retomaria o tema do visual da geração hippie em serigrafias e telas dos anos 1970 e 1980, desafiando o código de conduta burguês ao levar para a tela o afrolook como um novo padrão de beleza. Na época, o crítico Conroy Maddox, da Art Review, disse que Niobe pintava a “expressão pré-histórica do país”, destacando sua economia visual e síntese composicional. O francês Claude Arsène Vallet, no mesmo ano, 1969, concluiu que ela confrontava o “calor exótico da religião com a frieza das construções mecânicas modernas”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.