Beth Santos/ Secretaria Geral da Presidência

Os preços dos produtos de Curitiba em maio apresentaram um evolução menor, ante ao comportamento de abril. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), em maio foi registrada uma elevação de 0,12% (leve estabilidade), ante a de abril  de 2,23%. No ano, Curitiba contabiliza 5,44% de inflação e, de maio de 2021 a maio de 2022, 14,80%. 

Medido pelo IBGE, o índice que apresenta uma prévia da inflação oficial do país, só não foi maior por causa das chuvas que ajudaram a reduzir o custo da energiua elétrica. Com isso, o custo da energia elétrica recou 14,09% em todo o País em maio. Em Curitiba a redução do preço da tarifa de energia foi de 17, 62%. 

A partir de 16 de abril, passou a vigorar a bandeira verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz, em substituição à bandeira Escassez Hídrica, com acréscimo de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos, em vigor desde setembro de 2021.

Em Fortaleza, onde houve o reajuste anual das tarifas em 22 de abril, o recuo do custo da conta de luz medido pelo IPCA-15 ficou em 2,18%. Salvador e Recife também captaram impactos de reajustes tarifários locais.

A taxa do IPCA-15 no Brasil em maio ficou em 0,59%. A alta foi decorrente de aumento em oito dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15, do IBGE. Os avanços de preços ocorreram em Transportes (1,80%), Comunicação (0,50%), Alimentação e Bebidas (1,52%), Vestuário (1,86%), Educação (0,06%), Artigos de Residência (0,98%), Despesas Pessoais (0,74%) e Saúde e Cuidados Pessoais (2,19%).

A única deflação no IPCA-15 de maio foi registrada pelo grupo Habitação, de 3,85%, após elevação de 1,73% em abril. Esse movimento ajudou a aliviar a inflação geral em 0,62 ponto porcentual.

Ainda em Habitação, houve aumento de 0,81% no gás encanado, em consequência do reajuste aplicado no Rio de Janeiro em 1º de maio. A taxa de água e esgoto subiu 0,55%, decorrente do reajuste em São Paulo em 10 de maio.

O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

Índice regional

Quanto às regiões, todas as áreas pesquisadas pelo IBGE tiveram alta do IPCA-15 em maio. A maior variação ocorreu em Fortaleza (1,29%), especialmente por conta dos itens de higiene pessoal (3,59%) e do reajuste de 24,23% nas tarifas de energia elétrica (-2,18%), que ocasionou uma redução menor no subitem que a observada em outras áreas. O menor resultado foi verificado em Curitiba (0,12%), onde, além do recuo de quase 18% da energia elétrica (-17,62%), houve também queda nos preços de alimentos como a cenoura (-19,88%) e o tomate (-13,72%).

RegiãoPeso Regional (%)Variação Mensal (%) Variação Acumulada (%)
Abril MaioAno12 meses
Fortaleza3,881,691,295,5512,01
Salvador7,190,971,155,2913,24
Brasília4,841,580,944,4511,21
Rio de Janeiro9,772,110,685,7412,13
Belém4,461,660,545,2110,38
São Paulo33,451,600,544,7012,03
Recife4,711,820,524,9712,29
Porto Alegre8,611,880,493,3211,51
Belo Horizonte10,041,730,415,1411,46
Goiânia4,961,980,385,2712,84
Curitiba8,092,230,125,4414,80
Brasil100,001,730,594,9312,20
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

Alimentação e Bebidas – Índice nacional

De acordo com o IBGE, os gastos das famílias com alimentação e bebidas passaram de uma alta de 2,25% em abril para um aumento de 1,52% em maio, no âmbito do IPCA-15.

O grupo Alimentação e Bebidas deu uma contribuição de 0,32 ponto porcentual para a taxa de 0,59% do IPCA-15 deste mês.

A alimentação no domicílio saiu de uma elevação de 3,00% em abril para um aumento de 1,71% em maio.

Os destaques foram o leite longa vida (7,99%, com impacto de 0,06 ponto porcentual) e a batata-inglesa (16,78% e 0,04 ponto porcentual). Houve altas ainda em outros alimentos importantes na cesta de consumo dos brasileiros, como a cebola (14,87%) e o pão francês (3,84%).

Por outro lado, ficaram mais baratos as frutas (-2,47%), tomate (-11%) e cenoura (-16,19%).

A alimentação fora do domicílio acelerou de uma alta de 0,28% em abril para um aumento de 1,02% em maio. A refeição fora de casa ficou 0,52% mais cara em maio, enquanto o lanche subiu 1,89%.

Transportes

As famílias brasileiras gastaram 1,80% mais com Transportes em maio, depois de uma alta de preços de 3,43% em abril, dentro do IPCA-15.

O grupo foi responsável por 0,40 ponto porcentual da taxa de 0,59% registrada pelo IPCA-15 neste mês. O resultado foi turbinado pelo encarecimento das passagens aéreas, mas também da gasolina e etanol.

As passagens aéreas ficaram 18,40% mais caras em maio, uma contribuição de 0,09 ponto porcentual para o IPCA-15.

Os combustíveis subiram 2,05%, depois de uma elevação de 7,54% no mês anterior. A gasolina aumentou 1,24% em maio, uma contribuição de 0,08 ponto porcentual para a inflação, enquanto o etanol subiu 7,79%, uma pressão de 0,07 ponto porcentual.

O seguro de veículo ficou 3,48% mais caro, acumulando uma alta de 18,24% neste ano.

Houve aumentos também no táxi (5,94%), por conta dos reajustes nas tarifas em São Paulo e em Fortaleza (12,95%); no metrô (2,17%), devido ao encarecimento da passagem no Rio de Janeiro; e no ônibus urbano (0,17%), com reajuste em Belém.

Saúde e Cuidados Pessoais

A alta de custos de Saúde e Cuidados Pessoais, grupo de maior variação em maio, resultou em uma contribuição de 0,27 ponto porcentual para o IPCA-15 do mês. O desempenho foi influenciado pela elevação nos preços dos produtos farmacêuticos (5,24%), após o reajuste de até 10,89% autorizado pelo governo, e dos itens de higiene pessoal (3,03%).

Os dois itens puxam a lista de maiores impactos sobre a inflação do mês: produtos farmacêuticos (com 0,17 ponto porcentual), higiene pessoal (0,11 ponto porcentual), passagem aérea (alta de 18,40% e impacto de 0,09 ponto porcentual), gasolina (alta de 1,24% e impacto de 0,08 ponto porcentual) e etanol (aumento de 7,79% e impacto de 0,07 ponto porcentual).

Regiões

O resultado geral do IPCA-15 em maio foi decorrente de aumentos de preços em todas as 11 regiões pesquisadas.

A taxa mais branda ocorreu em Curitiba (0,12%), enquanto a maior variação foi registrada em Fortaleza (1,29%).