BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Sem votos para conseguir impedir a votação da reforma da Previdência na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, a oposição tenta suspender a sessão desta terça-feira (23) e o andamento da proposta.


Partidos como PT, PCdoB, PDT e PSOL recolheram assinaturas para tentar travar a tramitação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Previdência até que até que dados de impacto da reforma que foram considerados sigilosos sejam liberados.


Foram 103 assinaturas para sustar a análise do tema por 20 dias. O tema, porém, deve ser analisado pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele, que é defensor da proposta, deve indeferir o pedido. 


A manobra faz parte do esforço da oposição para atrasar a votação da reforma, depois que o centrão e o governo fizeram um acordo para terminar a fase de tramitação nesta semana.


A sessão já se arrasta por mais de cinco horas, apenas em deliberações que têm como objetivo protelar a votação do texto do relator. 


Com isso, o clima esquentou na CCJ. Deputados se aglomeraram próximos do presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), para pedir o fim da sessão.


No início da reunião, Francischini havia dito que não aceitaria confusão ao redor da mesa da presidência da CCJ, como é comum acontecer em sessões polêmicas.


Mesmo assim, deputados tentaram convencer o presidente da comissão a encerrar os trabalhos desta terça.


“A partir do momento em que fica todo mundo em pé aqui, eu tenho que continuar gritando”, disse Francischini.


Após o governo e o centrão fecharem acordo para votar a reforma da Previdência na CCJ, a oposição perdeu força para adiar a análise do principal projeto do governo do presidente Jair Bolsonaro.


Os requerimentos de oposicionistas vêm sendo derrotados por aproximadamente 40 votos.


Essa é a margem de votos que o governo espera conseguir para aprovar a PEC na comissão, que é a primeira etapa da proposta.