FABIANO MAISONNAVE

CARACAS, VENEZUELA (FOLHAPRESS) – Após boicotar a eleição presidencial deste domingo (20) na Venezuela, a coalizão oposicionista MUD (Mesa da Unidade Democrática) exigiu a realização de um novo pleito no último trimestre deste ano e prometeu convocar protestos pelo país.

“Continuamos lutando por eleições livres e transparentes, com todas as garantias e que se celebrem no final do ano para que o povo se expresse”, afirmou o presidente da Assembleia Nacional, Omar Barboza, em entrevista coletiva. 

O parlamentar foi o porta-voz da Frente Ampla, que reúne a MUD e outras forças oposicionistas, incluindo a Igreja Católica e grêmios de estudantes universitários.

Barboza disse que a oposição continuará apoiando manifestações de rua para pressionar por eleições “limpas e transparentes”.

Com 98,8% das urnas apuradas, a abstenção chegou a 54%, a mais alta registrada em eleições presidenciais na Venezuela.

O ditador Nicolás Maduro obteve 67,7% dos votos, contra 21% para o oposicionista Henri Falcón, que rompeu com a MUD para se lançar candidato. A coalizão opositora defendeu a abstenção na eleição.

Em declarações após a derrota, o ex-chavista também pediu realização de novas eleições no fim do ano.

“Não reconhecemos este processo eleitoral. Para nós, não houve eleições, é preciso fazer novas eleições na Venezuela”, afirmou Falcón ainda na noite de domingo.

O ex-governador do estado de Lara acusou o regime chavista de “atuar com perversidade” por usar a Carteira da Pátria, documento que dá acesso a diversos programas e benefícios sociais, para controlar o fluxo de eleitores ao longo do dia.

Em resposta, Maduro chamou o opositor de “falsón” por não aceitar a derrota. “É uma falta de respeito contra você, compatriota.”