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As startups, empresas jovens com alto índice de crescimento, já são conhecidas por seus modelos diferentes de gestão. Normalmente com negócios inovadores e voltados à tecnologia, possuem equipes que transitam entre as gerações X e Y, o que significa cabeça aberta e diversa. É o que mostra o alto índice de inclusão no número de colaboradores LGBTQ+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transsexuais, queer). Entre algumas das maiores startups de Curitiba, por exemplo, os números vão de 10,5% a 22%.

Especialistas creditam, inclusive, esse crescimento acelerado à diversidade das equipes. “Pessoas com diferentes experiências de vida e visões agregam para a visão da empresa”, explica Silvana Fernandes, especialista em gestão de pessoas. “Quando falamos de inclusão, falamos de cultura e propósito. E essas são premissas que conduzem, principalmente, os modelos de gestão das startups. Contratar pessoas que tenham propósito é uma meta dos RHs contemporâneos. Então, pessoas com uma causa de vida mostram muito mais engajamento e motivação à causa da empresa, seja em metas ou em problemas cotidianos”, comenta a profissional que atua na Pontomais, startup líder em tecnologia para RH.

A própria Pontomais possui atualmente 15,5% do seu quadro de colaboradores dentro da sigla LGBTQ+, incluindo gestores. “Aqui, independentemente de idade, gênero, nacionalidade, crenças, status social ou orientação sexual, todos são iguais. O que realmente diferencia alguém é a competência. Um bom time é composto de pessoas qualificadas e bons resultados, o que não está ligado aos fatores da vida pessoal de cada um”, reforça Hendrik Machado. Para o CEO, pessoas com histórias diferentes trazem diferentes experiências e pontos de vista que ajudam o negócio a ser mais completo, mais robusto e com práticas mais humanas e conscientes.

Já a Juno, fintech que possui 22% do seu quadro de colaboradores na sigla, se destaca por empregar, inclusive, duas pessoas trans no seu time. “Nunca achei que ia encontrar um emprego sendo trans. Tanto que quando recebi o email do RH da Juno sobre as vagas já fui bem direto, falando quem eu era pensando em poupar tempo de ambas as partes, afinal, tem muita empresa que não contrata pessoas trans. O retorno do RH foi tão positivo, que eu até chorei quando li. Eles me receberam de braços abertos e isso fez muita diferença na minha vida”, conta Adam Tomaz, assistente de Customer Experience, que se assumiu trans em 2014, e que recentemente pegou sua nova certidão de nascimento com o nome social.

Outra startup que vem se destacando no mercado nacional e que possui uma política de contratação inclusiva é a Send4, eleita como uma das 100 startups mais promissoras do Brasil, hoje, a empresa possui 20% de colaboradores que, orgulhosamente, levantam a bandeira da diversidade. “Já na entrevista fazemos questão de deixar que a pessoa se sinta confortável para assumir quem ela é. É uma maneira de mostrar que ela é bem-vinda e que essa não é, nunca foi nem nunca será um obstáculo. Muito pelo contrário, temos muito orgulho de sermos uma equipe diversa”, conta Cristian Trentin, CEO da empresa.

O Fretefy, plataforma de gestão para transporte de cargas, também possui ambiente favorável para diversidade. “Há quase um ano me mudei para Curitiba, pois meu namorado é da cidade. Quando fiz a entrevista de emprego com o Fretefy logo contei isso. No momento eu me senti bem à vontade por ter falado e me ajudou a decidir entre as demais empresas que estavam me entrevistando. A cultura da empresa é mais cabeça aberta, startup, ninguém liga para isso. Meu namorado vem em churrasco da empresa e o clima é ótimo”, conta Lucas Hattori, analista de marketing.

Eventos promovem a cultura da diversidade nas empesas

Dia 28 de junho é o Dia Internacional do Orgulho LGBTQ+. A data foi estipulada como uma forma de relembrar o episódio ocorrido na boate Stonewall, em Nova Iorque, em 1969. Na época, a polícia invadiu o local como forma de coagir a comunidade LGBT. Assim, em 2019, a data tem um marco importante: 50 anos de luta dos direitos LGBTQ+. 

Pensando na importância da data, as startups promoverão ações como forma de alertar para a importância da diversidade em todos os ambientes, principalmente no trabalho. No dia do Orgulho LGBTQ+ mesmo, 28 de junho, a Pontomais irá promover um Painel sobre Cultura Empresarial envolvendo gestores de quatro grandes startups: Juno, Ebanx, Leadlovers e Bcredi. O evento já possui cerca de 80 pessoas confirmadas e dará a oportunidade ao público de participar compartilhando suas experiências – positivas ou negativas em empresas – para que os painelistas comentem e compartilhem conhecimentos. Acontece às 16h no Hotmilk, em Curitiba.

“Hoje sentimos a importância de falarmos mais sobre as práticas no ambiente de trabalho relacionado ao tema. Queremos dar um passo adiante e promover o desenvolvimento da diversidade. Isto é, desconstruir o pejorativo dentro das empresas, promover boas práticas de gestão, linguagem e cultura. Definir novas regras no ambiente corporativo e isso eu digo dos dois lados. Nós mesmos, LGBTQs, fazemos brincadeiras entre nós que não são apropriadas para o ambiente de trabalho. O inverso também é verdadeiro. E precisamos falar sobre isso também”, comenta Gabriel Colombo, diretor de vendas e marketing da Pontomais.

A fintech Juno está promovendo durante junho o mês da autenticidade e da diversidade, como forma de celebrar a diferença em todos os aspectos. Na semana de 24 a 28, a empresa trabalhará com seus colaboradores internamente de diversas maneiras, entre elas uma dinâmica de empatia que pretende mostrar o quanto precisamos respeitar e aceitar as escolhas de cada um. Também irão circular no sistema interno de comunicação da empresa explicações sobre alguns termos próprios do universo LGBTQI +. A empresa ainda possui um departamento interno – CULT – através do qual são desenvolvidas ações que reforçam a cultura organizacional da empresa.