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Cinco anos e meio após a excomunhão pela Igreja Católica, Roberto Francisco Daniel ainda é conhecido como Padre Beto, celebra missas na igreja sem doutrinas que fundou a Humanidade Livre, e é convidado para realizar casamentos alternativos em todo o país.

Apesar disso, o sacerdote de Bauru (SP) sente diariamente as conseqüências da punição drástica que sofreu por causa de seus posicionamentos libertários e questionadores. O excomungado briga na Justiça para tentar reverter à medida e lida com decepção por ter sido excluído de uma comunidade religiosa que freqüentava desde a infância, ao lado dos pais, católicos dedicados.

Os bastidores da excomunhão e a trajetória do padre rebelde são contados no livro de memórias “Padre Beto – A História do Excomungado no Século 21”, escrito pela jornalista Cristina Camargo e lançado pela Coleção Bíos da Chiado Books.

Nessa trajetória estão incluídos episódios em que o padre testemunhou intrigas e disputas, superou melindres causados pelo destaque que conquistou na igreja e acompanhou o caso de um ex-seminarista que abandonou a vida religiosa após um caso de assédio sexual não punido.

“Ele revela alguns episódios espinhosos do catolicismo”, diz a autora do livro de memórias. “Conta também como foi complicado encontrar no Brasil uma igreja conservadora e rancorosa, após os dez anos de estudos na Alemanha”.