BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil) disse nesta segunda-feira (18) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acertou o pagamento de propinas para a compra de helicópteros e para a construção de submarinos nucleares numa reunião com o então presidente francês Nicolas Sarkozy, em 2009.


Ele também disse ter presenciado em várias oportunidades solicitações de Lula à sucessora, Dilma Rousseff (PT), para que beneficiasse empresas como a Odebrecht –mesmo que ela não tivesse ciência de que os acertos envolveriam corrupção.


Palocci depôs como testemunha de acusação de ação penal em que Lula e o filho caçula, Luís Cláudio, são acusados de tráfico de influência no governo para viabilizar incentivos fiscais para montadoras de veículos e também a assinatura de contrato dos caças suecos.


Em relação a Sarkozy, segundo o ex-ministro, o encontro com Lula se deu em 7 de setembro de 2009, numa visita do presidente francês ao Brasil, quando os dois países selaram acordo para a aquisição dos equipamentos para as Forças Armadas.


Além dos submarinos e dos helicópteros, estava prevista a aquisição de caças franceses, o que não se concretizou, pois o governo Lula optou depois por fechar contrato com a sueca Saab.


Também foi ouvido, o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim, que negou acerto de propina para a compra dos equipamentos militares e disse que estava na reunião daquele 7 de setembro. “Não houve absolutamente nenhuma pretensão de propina ou coisa do tipo.”


A defesa de Lula afirmou que o depoimento de Palocci só serviu para deixar claro “que ele negociou generosos benefícios com autoridades em troca de múltiplas e esfarrapadas acusações”.


Ela diz que 30 testemunhas prestaram depoimento na ação penal e todas demonstraram que Lula não cometeu qualquer ato ilícito.


A reportagem não localizou Sarkozy ou algum representante dele nesta segunda-feira. A assessoria de Dilma disse que o ex-ministro está mentindo em suas declarações.