Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Governo Federal realiza nos dias 13 e 23 de março mais duas rodadas de interiorização de refugiados e migrantes venezuelanos que se encontram atualmente em Boa Vista, capital do Estado de Roraima. Na quarta-feira (13), um grupo de 234 pessoas será transportado para 14 cidades: Recife e Igarassu (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo, Guarulhos e Araçariguama (SP), Brasília (DF), Cuiabá (MT), João Pessoa e Conde (PB), Porto Alegre (RS), Caicó (RN), Goioerê (PR) e Feira de Santana (BA). Outros 130 venezuelanos chegarão à cidade de Dourados (MS), 100 deles saindo no sábado (23) e 30 em voos comerciais ao longo das próximas semanas.

Às 8h desta quarta-feira (13), o voo partirá de Boa Vista, capital de Roraima, com destino a Recife, onde vão desembarcar 63 pessoas, sendo que 24 seguirão para Igarassu, 31 vão para o estado da Paraíba e 8 trocarão de aeronave com destino ao Rio Grande do Norte. De Recife, a aeronave segue para Guarulhos, onde desembarcam 123 venezuelanos. Destes, 11 trocarão de aeronave e seguirão para o estado do Paraná, enquanto 16 vão para o Rio Grande do Sul. De Guarulhos, o último destino é Rio de Janeiro, onde desembarcam 48 pessoas. Destas, 17 seguirão para Brasília e 15 para Cuiabá. Mais quatro venezuelanos seguem de avião comercial de Boa Vista para Feira de Santana (BA).

No sábado (23), outro grupo de 100 pessoas sairá de Boa Vista (RR) rumo a Dourados. Para esse deslocamento, foi feito um acordo entre a Operação Acolhida e uma empresa alimentícia, que sinalizou oportunidades de trabalho para os beneficiários. O perfil é composto, principalmente, por homens venezuelanos solteiros. O deslocamento destes beneficiários ocorrerá com o apoio do ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), que oferecerá bolsas de auxílio temporário aos venezuelanos realocados, e da OIM (Agência da ONU para Migrações), que fretará o avião. Os outros 30 beneficiários seguirão em voos comerciais também viabilizados pela OIM e com bolsas de subsistência financiadas pelo ACNUR.

Com essas viagens, a Operação Acolhida passa a contabilizar mais de cinco mil venezuelanos distribuídos entre 50 cidades de 17 estados. No Paraná já vieram 545 venezuelanos.

Operação Acolhida

A Operação Acolhida, que completará um ano no dia 23 de março de 2019, é uma iniciativa para operacionalizar a assistência emergencial para o acolhimento de migrantes provenientes da Venezuela que se encontram em situação de vulnerabilidade, decorrente do fluxo migratório provocado por crise humanitária.

A estratégia de interiorização é coordenada por um Subcomitê Federal que envolve nove ministérios, em articulação com governos de estados e municípios receptores e organizações não governamentais. Além do ACNUR e da OIM, outras agências da ONU diretamente envolvidas com a estratégia de interiorização são o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Juntas, estas organizações identificam locais de acolhida ao redor do país, realizam melhorias estruturais nos abrigos, prestam orientação sobre as cidades de destino, organizam a viagem e o receptivo nos novos destinos, além de conscientizar o setor privado para a absorção da mão de obra refugiada. Especial atenção é dada às mulheres, crianças e grupos mais vulneráveis.

Em Boa Vista, as pessoas que aderem voluntariamente à estratégia de interiorização são registradas, documentadas e imunizadas, além receber informações sobre as cidades de destino, e materiais informativos sobre o acesso a serviços e assistência à saúde. As pessoas interiorizadas são acompanhadas durante o voo até as cidades de destino.

O intuito da estratégia de interiorização é reduzir o impacto da chegada de refugiados e migrantes venezuelanos em Roraima, permitindo que tenham novas oportunidades de integração e ingresso no mercado de trabalho, recomeçando suas vidas e contribuindo para o crescimento das novas comunidades de acolhida.