O índice de roubo de cargas no Paraná atingiu um nível recorde em 2016. Até a última segunda-feira, haviam sido registradas 895 ocorrências em todo o Estado, segundo dados da Delegacia de Furtos e Roubos de Cargas, com sede em Curitiba. Durante todo o ano passado foram 795 registros, o que significa que em 11 meses deste ano o número de casos já superou em 12,6% o total do ano passado, com a média de casos saltando de dois por dia para três.

De acordo com o delegado Marcelo Lemes de Oliveira, o aumento no número de registros segue uma tendência nacional, refletindo algo que todos os outros estados da federação também vem sofrendo. Além disso, alega que o alto índice também pode ter relação com uma maior confiabilidade dos dados e também uma migração de criminosos.
Agora temos dados confiáveis. Antes era diluído, não tinha uma base nem no campo do boletim de ocorrência. Hoje pelo menos temos números confiáveis. Agora, o aumento geral (das ocorrências) são vários fatores (que influenciam), entre eles uma migração de quadrilhas, que ora atacam bancos, ora atacam cargas, carro forte, e por aí vai, afirma o delegado.

Ainda segundo Oliveira, uma série de investigações estão sendo desenvolvidas com o intuito de desestruturar os grupos criminosos especializados nesse tipo de crime. Criada oficialmente em meados de janeiro deste ano, a delegacia já desencadeou cerca de oito operações e prendeu 52 pessoas neste ano. A criação da delegacia e o trabalho que vem sendo desenvolvido já vem sendo um avanço, aponta.
Não à toa, ao longo dos últimos meses o número de ocorrências vem caindo. Em agosto, por exemplo, haviam sido registrados 127 casos. Em setembro o número já caiu para 108, atingindo um índice ainda menor em outubro, com 69 ocorrências.
O índice de recuperação de cargas, contudo, ainda é relativamente baixo, ficando em torno de 30%, ao passo que o índice de caminhões recuperados chega a 90%. Isso acontece, segundo o delegado, por conta da capacidade de organização das quadrilhas. São organizados, extremamente organizados, preparados para essas ações criminosas e já com toda uma logística para receber, estocar e depois distribuir. São profissionais do crime, infelizmente, finaliza.