A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirmou, ontem, mais cinco novos casos da gripe A, todos na região de Curitiba. Com isso, o Paraná soma 61 pessoas contaminadas pelo vírus H1N1. Em relação ao boletim de uma semana atrás, são apenas dez novos casos oficiais confirmados. O que não é pouco é a procura pelo sistema de saúde. Desde os últimos anúncios na imprensa nacional do avanço de casos da doença e de mortes em decorrência da gripe suína, hospitais e postos em todo o País viram disparar os atendimentos. Inclusive Curitiba.

Só neste último fim de semana, foram 180 amostras coletadas de casos suspeitos na Capital. Como comparação, desde o início do alerta da doença até o dia 13 de julho, foram coletadas 380 amostras. O problema é o medo da população. Mesmo pessoas que não viajaram a países de risco ou contato com pessoas que viajaram, têm procurado os postos de saúde ao apresentar alguns dos sintomas da gripe suína, que é praticamente igual a de uma gripe comum.

Além dos casos confirmados, a Sesa divulgou que são 685 exames que aguardam o resultado no Estado, incluindo as duas mortes na Região Metropolitana de Curitiba. De acordo com a Sesa, todos os pacientes confirmados com a nova gripe até o momento se recuperam e já retornaram às atividades normais após passarem pelo período de isolamento recomendado. Em todos os casos, a Secretaria da Saúde rastreou e monitora as pessoas que tiveram contato com os doentes. Outros 270 casos foram descartados.

Até a quarta-feira passada, o Brasil tinha 1.175 casos confirmados. Ontem, o Rio Grande do Sul confirmou mais quatro mortes provocadas pela gripe suína, totalizando 11. No País são 15 as mortes, além de outras oito suspeitas — seis em Campinhas e duas em Valinhos.
Campanha — Há um certo consenso de que a população está alarmada, em muito pelo avanço da doença em estaods como São Paulo, Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul. Até por isso, desde ontem o Ministério da Saúde veicula em emissoras de TV e de rádio e jornais a nova etapa da campanha para reforçar, junto à população, a comunicação sobre Influenza A (H1N1). Foram produzidos filmes e spots com informações que esclarecem as formas de contágio, de transmissão e de tratamento da doença. Manter os brasileiros bem informados sobre a nova gripe tem sido uma das preocupações do Ministério, desde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou a disseminação global do vírus causador da doença. O investimento nesta etapa da campanha estimado é de R$ 5 milhões.

A campanha intitulada “Tire suas dúvidas sobre a Influenza A(H1N1)” tem como protagonista o Doutor Bactéria que explica, em linguagem simples, por exemplo, como se pega a nova gripe e quando se deve procurar atendimento médico. Além disso, as peças orientam o cidadão a não se automedicar e a procurar um posto de saúde ou seu médico de confiança caso a pessoa sinta os sintomas da nova gripe: febre, tosse, dor de garganta e dificuldade de respirar. O país conta com 68 hospitais de referência que a rede pública possui em todos os Estados do país estão preparados para atender e tratar casos graves.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou durante coletiva de imprensa, na última quinta-feira (16), que as ações de comunicação vão continuar e serão reforçadas. “As ações de comunicação são uma iniciativa importante para manter a população esclarecida e haverá um reforço nas áreas de fronteira do Brasil com países do Mercosul”, afirmou Temporão.

Até o momento, o Ministério da Saúde fez cerca de mil inserções na televisão sobre o tema, mais de 10 mil spots nas rádios de todo o país, fez ações específicas em grandes eventos, como a Parada Gay em São Paulo, e vem atuando nas redes sociais da internet.