José Fernando Ogura/AN-PR – Estudantes com boas notas poderão concorrer às vagas de intercâmbio

A partir deste ano paranaenses de todos os cantos, de todas as cidades, começarão a ganhar o mundo. É que o Governo do Paraná, numa iniciativa inédita, vai colocar em prática um projeto aprovado no final do ano passado na Assembleia Legislativa (Alep): a criação do Programa de Intercâmbio Internacional Ganhando o Mundo, que levará 500 estudantes matriculados na rede estadual de ensino para países como Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia e Austrália.

De acordo com a Lei Estadual nº 20.009 de 2019, que instituiu o programa o âmbito da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed), cada um dos 399 municípios do Paraná terá pelo menos uma vaga de intercâmbio, que possibilitará aos estudantes da rede pública com boas notas terem formação acadêmica em instituições de ensino estrangeiras, além da experiência de morar em um outro país.

A iniciativa, inspirada num projeto implementado em 2011 pelo Pernambuco, era uma promessa de campanha do governador Ratinho Junior (PSD), que acredita ser possível motivar ainda mais os estudantes com o programa. Além disso, ele também vislumbra o “Ganhando o Mundo” como componente importante para a colocação dos alicerces na construção de um Paraná moderno.

“Quando se tem a oportunidade de conhecer um país de primeiro mundo, a criança volta ao seu país com a vontade de estudar mais, interagir com a cultura que conheceu. São novos horizontes. E outras crianças vão querer ser igual àquela que foi para o exterior. É uma oportunidade para muitas das nossas crianças”, afirma o governador. “Ter estudantes preparados para o futuro vai nos ajudar a construir um Paraná moderno, com pessoas capacitadas e bons profissionais”, complementa.

Poderão participar do programa alunos da 2ª série do ensino médio, com idade mínima de 15 anos e máxima de 17 anos e seis meses até a data do desembarque no intercâmbio. Os estudantes também deverão ter concluído um curso preparatório de língua estrangeira, que será ofertado gratuitamente pela Secretaria de Estado da Educação (Seed), e deverão ter médias de avaliação iguais ou superiores a 7 em todas as disciplinas. Haverá reserva de vagas para alunos de famílias que recebem o Bolsa Família e o estudante que participar do intercâmbio não poderá ser selecionado novamente em outra oportunidade.

Para a permanência no exterior, os estudantes serão contemplados com seis bolsas de R$ 800 (uma bolsa de apoio financeiro paga anteriormente ao embarque e cinco bolsas de manutenção, a serem pagas no decorrer do programa). O intercâmbio terá duração de um semestre, período no qual os alunos ficarão hospedados em casas de famílias ou residências estudantis. O custo total do programa é de R$ 24 milhões por ano. Critérios mais específicos de seleção e classificação ainda serão divulgados por meio de edital publicado pela Secretaria da Educação e do Esporte.

Importando ideias que deram certo em outras localidades
A implementação do Programa de Intercâmbio Ganhando o Mundo faz parte de uma estratégia adotada pelo Governo do Estado desde o início da gestão Ratinho Junior, que é buscar modelos que deram certo em outras cidades e/ou países para replicar em território paranaense.

“Vamos buscar bons exemplos no Brasil e fora do país. O Ganhando o Mundo, criado pelo saudoso governador Eduardo Campos em Pernambuco, é um programa que gosto muito. Em Pernambuco, todos os anos são 1.000 estudantes que têm a oportunidade de aperfeiçoar uma segunda língua, além de conhecer um país de primeiro mundo”, disse o hoje governador do Paraná, ainda na época da eleição.

Criado no ano de 2011, o Ganhando o Mundo de Pernambuco oferece intercâmbio para estudantes de ensino médio da rede pública estadual de enino. Atualmente, são ofertadas vagas para dez países: Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, Alemanha, EUA, Nova Zelândia, Austrália, Canadá e Inglaterra.

Estado é referência no ensino da Língua Inglesa
A escolha de Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia e Austrália como os países que receberam os primeiros estudantes paranaenses do programa Ganhando o Mundo não é à toa. Segundo o British Council, o Paraná é a principal referência do país quando o assunto é ensino de inglês na rede pública tendo atingido todos os critérios avaliados na pesquisa “Estudo de Políticas Públicas para o Ensino de Inglês” – apenas o Pernambuco, além do Paraná, conseguiram apresentar um nível alto de estruturação e consolidação do ensino de Língua Inglesa na rede pública de educação.

Atualmente, a Secretaria de Educação dispõe de Centros de Línguas Estrangeiras Modernas (Celem) nas escolas estaduais, onde são ofertados cursos não só de Inglês, mas Alemão, Espanhol, Francês, Italiano, Japonês, Mandarim, Polonês, Ucraniano, Libras e Português (para falantes de outras línguas.) Os centros funcionam no contraturno escolar e as vagas são destinadas a estudantes da rede estadual de ensino (70%), a professores e funcionários da rede (10%) e à comunidade (20%). As matrículas são anuais e devem ser feitas de acordo com o cronograma de cada colégio, sendo que as aulas começam junto com o ano letivo escolar e cada cidadão pode cursar até dois idiomas. Para mais informações, visite o site do Celem.

Jovens vão estudar Medicina na Rússia
Dois jovens do Paraná em breve embarcam para a Rússia, onde vão estudar Medicina. Danilo Alencar Campos Levandowski, de Foz do Iguaçu, e Victória de Assis Rocha, de Curitiba, embarcam no dia 17 de fevereiro com destino à Rússia para estudar na Universidade Médica Estatal de Kursk, considerada uma das melhores do país europeu no ensino em língua inglesa.

Ambos contaram com o apoio da Aliança Russa, representante oficial das principais universidades russas no Brasil desde 2005. O trabalho da instituição consiste na seleção dos candidatos, no processo de orientação da faculdade, no recolhimento da documentação necessária para permanência legal do estudante na Rússia, na obtenção da vaga, inscrição na universidade e na assessoria durante a viagem.

Tanto Danilo quanto Victória pretendem ficar na Europa após a conclusão do curso, uma vez que, desde 2010, o chamado Diploma Único de Estudos Superiores da Europa, do qual a Rússia faz parte, passou a valer conforme o Tratado de Bolonha.

Além da qualidade do ensino, a questão do custo também foi um chamariz para os dois jovens. Isso porque o governo russo subsidia os alunos estrangeiros que vão para o país estudar, o que diminui consideravelmente os preços. O semestre sai por aproximadamente US$ 3.100 (cerca de R$ 2.170 por mês, considerando o câmbio do dia 20 de janeiro. O valor é fixo até o aluno se formar), incluindo hospedagem e seguro médico. Valor muito inferior ao cobrado no Brasil.
Aos interessados em estudar medicina na Rússia, as inscrições já estão abertas. Para mais informações, entre em contato com a Aliança Russa (www.aliancarussa.com.br).