Franklin de Freitas – “De bicicleta

É possível descobrir coisas novas pelas ruas de Curitiba? Essa indagação é o ponto de partida de um experimento de performance que vem acontecendo uma vez por mês na Capital. O multiartista Cadu Cinelli convida o curitibano para um passeio de bicicleta por ruas e bairros de Curitiba, onde se procura um novo olhar da cidade, uma nova escuta e, por vezes, a descoberta de nuances que passavam despercebidas.
“Queremos rever a cidade e as paisagens, e o quanto ela nos pertence e quanto nós pertencemos a ela”, diz Cadu, ator teatral, diretor, artista têxtil, que desde o começo do ano promove os passeios “percursos afetivos”. Já foram seis eventos e o próximo acontece amanhã e no domingo, com saída da Boca Maldita às 19 horas e que segue até a Praça Rui Barbosa.
Qualquer um pode participar. Nos últimos encontros foram entre 20 a 25 pessoas nos passeios, que costumam durar 50 minutos e ainda contam com um bônus — enquanto pedala, Cadu vai contando histórias, divertindo os participantes e criando a interação do grupo. “Às vezes surpreende pela diversidade das pessoas que aparecem. Curitiba é diversa, é como se tivesse muitas cidades dentro dela. Você atravessa uma rua e já tem outra característica, é legal ir descobrindo”, diz Cadu.
Desde julho, a inusitada performance é apresentada no último fim de semana de cada mês e seguirá até novembro deste ano. Sempre aos sábados e domingos, às 19 horas, em algum ponto da cidade.  O passeio não é cobrado, mas Cadu passa a “sacolinha” para contribuições espontâneas.
Carioca
Cadu Cinelli é carioca e está há um ano em Curitiba, que conheceu quando participou do Festival de Teatro de Curitiba com seu grupo, “Os Tapetes Cotnadores de Histórias”, do Rio de Janeiro. “Tinha o desejo de realizar esse projeto de bicicleta e escolhi Curitiba”, diz.
A paisagem ao longo do trajeto, durante as apresentações, recebe intervenções como projeções de imagens, palavras, iluminação, introdução de objetos e outras surpresas. “A ideia, por meio da ação poética, é ressignificar a paisagem, potencializando uma mudança de olhar tanto de quem participa da performance quanto de quem está somente de passagem e se depara com ela”, declara Cinelli.