A Patrulha Maria da Penha da Guarda Municipal atende mais de 3,6 mil mulheres em toda a cidade. A força-tarefa especial funciona 24 horas e atende casos de vítimas com medidas protetivas concedidas pelo Poder Judiciário, conforme prevê a Lei Maria da Penha.

O trabalho é realizado nas duas pontas: de prevenção e de combate à violência contra a mulher, por meio de uma parceria com o Tribunal de Justiça do Paraná. “As visitas periódicas servem para acompanharmos de perto a situação de mulheres que sofreram com companheiros violentos”, conta a coordenadora da Patrulha Maria da Penha em Curitiba, inspetora Cleusa Pereira.

No último ano, foram mais de 2,2 mil visitas às vítimas realizadas pelas equipes. “Curitiba formalizou um termo de cooperação com o Judiciário para fazer monitoramento das mulheres que têm medidas protetivas, a partir de uma metodologia de trabalho estabelecida de forma conjunta com o Juizado da Violência Doméstica e Familiar”, explica Cleusa.

A periodicidade do acompanhamento varia de acordo com a gravidade da situação de violência enfrentada. A primeira visita é a principal. "É a partir dela que fazemos todo o levantamento sobre a vulnerabilidade do caso e estabelecemos uma programação de atendimento, que pode ser diária, semanal, quinzenal ou mensal. Quanto mais grave for o caso, mais próximos estaremos”, acrescenta a coordenadora da Patrulha Maria da Penha.

Em caso de necessidade, a mulher vítima de violência tem o suporte da Central de Operações da Defesa Social por meio do telefone 153. “Deslocamos a viatura da Guarda Municipal mais próxima do local onde ela estiver”, reforça Cleusa.

Quando o serviço da Guarda Municipal constata a presença do agressor na casa ou no local de trabalho da vítima, ele é encaminhado à Delegacia da Mulher de Curitiba. No ano passado, 149 suspeitos de agressão foram encontrados nessa situação e levados até a delegacia.

Rede de proteção

A Patrulha Maria da Penha é um dos serviços da rede de atendimento às mulheres em situação de violência. “Depois de ter ido até a delegacia e formalizado a denúncia, a vítima recebe as informações de orientação do Juizado da Violência Doméstica e Familiar e tem a escolha de aderir ao serviço desenvolvido pela Guarda Municipal”, afirma Cleusa.

As visitas não são agendadas, para que haja o efeito surpresa e o serviço seja mais efetivo. “Nosso objetivo é que a mulher saiba que existe uma preocupação da administração pública para que ela saia dessa situação de violência. Não se pode achar que a violência é algo normal ou que faz parte da rotina. Quem ama não bate. Quem ama protege”, enfatiza a coordenadora da patrulha.