A cidade de São Paulo “já” diminuiu o ritmo em consequência das medidas de combate à disseminação do coronavírus. A metrópole “não” diminuiu o ritmo em consequência das medidas de combate à disseminação do coronavírus. As duas afirmações, embora apontem para lados opostos, são ambas verdadeiras.

A primeira refere-se a uma São Paulo que acordou com uma média de trânsito um pouco superior aos 6 km. No mesmo horário, por volta das 7h30, os motoristas estão habituados a uma média superior a 23 km.

Essa mesma São Paulo chegou ao horário considerado de pico, por volta das 18h, com uma média de 18 km, três vezes inferior aos 55 km encontrados em dias considerados bons, e abaixo até da média para janeiro.

Nessa São Paulo que diminuiu o ritmo para combater o coronavírus, há motoristas de aplicativo dizendo que “parecia domingo”, um trânsito fluindo com rapidez (em vias como as Marginais, Tiradentes Sumaré, Pacaembu e outras), poucas pessoas nos pontos de ônibus da Avenida Paulista ou da Faria Lima, e bares e restaurantes avisando que a separação entre suas mesas foi aumentada.

Dono de uma banca de jornal localizada ao lado do Masp, na região da Avenida Paulista, Jorge Menezes Santos, de 54 anos, avisou que baixaria suas portas às 18 horas por falta de movimento.

E teve também a outra São Paulo: uma cidade que não diminuiu o ritmo. Na 25 de Março, vendedores ambulantes ofereciam álcool em gel e máscaras, com preços que variavam de R$ 5 a R$ 20.

Segundo os lojistas, o movimento diminuiu sensivelmente, mas, ainda assim, é possível ficar ombro a ombro e se apertar nos estabelecimentos.

Por volta das 18 horas, a Estação Barra Funda mantinha movimento considerável. Mesmo sem ter o congestionamento de dias mais caóticos, era um trem com muita gente – e suficientemente próximas para aumentar os riscos de contaminação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.