Divulgação – Ativista ambiental

Na semana passada rolou uma matéria divulgando um lixão clandestino de resíduos têxteis no Deserto do Atacama, no Chile. São montanhas coloridas emergentes, que, a cada ano, recebem cerca de 59 mil toneladas de roupas compradas, vestidas e descartadas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia. O consumo excessivo e fugaz de roupas, provenientes em sua maioria de redes de fast fashion que chegam a lançar mais de 50 coleções de novos produtos por ano, tem feito com que o desperdício têxtil cresça no mundo.

As cenas caem sobre a cabeça e a consciência com a força daquelas toneladas todas de roupas que viraram lixo, principalmente ao considerar que este material leva cerca de 200 anos para se desintegrar. A indústria da moda se tornou a segunda mais poluente do mundo, muito por causa do descarte exagerado de roupas, mas também graças à utilização de tinturas de baixa qualidade, insolúveis ou produtos à base de metais pesados. A confecção de tecidos sintéticos derivados de combustíveis fósseis também contribui negativamente para o planeta, devido às emissões de carbono e gases tóxicos na atmosfera, aumentando a quantidade de plástico nos oceanos. Só no Brasil, são produzidas cerca de 170 mil toneladas de resíduos de tecidos todos os anos. E a isso tudo se soma ainda o emprego de mão de obra precarizada ou escrava nas redes de fast fashion.

Passou da hora de a gente voltar a consumir roupas como bens duráveis, como já se fez um dia. Consumir menos e melhor, como se sugere no movimento slow fashion, é a salvação do planeta, da conta bancária, do estilo e da paz interior. Conhecer o seu corpo é a primeira tarefa para um tipo de consumo mais responsável. Depois vem conhecer de quem você compra e escolher empresas sustentáveis ambiental e socialmente. Ou ainda passar a consumir peças com memória, em brechós, por exemplo. Desse jeito, a moda se torna cíclica, e não finita. E o mesmo vale para o planeta, que quer continuar girando.

Martin Bernetti/AFP

Lixão têxtil no Deserto do Atacama

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No filme ‘Os Delírios de Consumo de Becky Bloom’, a dinâmica do fast fashion