RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – No ar como Luccino em "Orgulho e Paixão", trama das 18h da Globo, o ator Juliano Laham, 23, torce para que seu personagem tenha um desfecho amoroso feliz. Nos últimos capítulos da trama, o mecânico tem se aproximado de Otávio (Pedro Henrique Müller), e tudo indica que os dois terão um romance. 

"Luccino merece um amor. Tenho certeza que se ele não casar, vai pelo menos ter um par romântico. Eu sinto isso e bato nessa tecla sempre", afirma o ator, em entrevista à reportagem. 

O autor da novela, Marcos Bernstein, parece confirmar a previsão de Laham: "'Orgulho e Paixão' é uma novela que tem uma delicadeza e uma trama romântica, leve e bem humorada. Então acredito que Luccino, assim como os outros, na hora certa irá se envolver, se apaixonar e buscar o seu afeto e o seu bem querer." 

Quando questionado sobre os desafios que enfrenta ao interpretar seu personagem em "Orgulho e Paixão", Juliano Laham diz que é preciso trabalhá-lo de maneira bastante sutil.

O ator afirma que seu maior desafio não é fazer um personagem gay, mas sim abordar este tema em uma novela ambientada no início do século 20. "Tenho que ter uma sutileza muito grande, porque é muito complicado falar sobre isso. Se hoje em dia ainda é difícil para muita gente compreender esta questão -infelizmente- imagina naquela época." 

E acrescenta: "Em pleno século 21 ainda debatemos algo que é tão natural". 

Laham também ressalta que não gosta de classificar pessoas de acordo com sua orientação sexual: "Vou ser muito franco: vejo todo mundo igual. Não faço essas classificações. O que a gente tem que ter é amor e respeito ao próximo. O mesmo amor que sinto por uma mulher é o que outra pessoa pode sentir por um homem. O amor existe e acho que não podemos diferenciar o que o gay sente. Para mim, isso é errôneo." 

Segundo o ator, o amor deve ser vivido, e não questionado. Ele festeja a repercussão do personagem e o feedback positivo que tem recebido da comunidade LGBT.

Com naturalidade, puxa o assunto sobre a possibilidade de beijar outro ator na novela. "Às vezes me perguntam se estou preparado para um beijo gay. Acho errôneo. Como se isso fosse algo muito ruim ou errado, sabe. Tem horas que mostramos discriminação inconscientemente através das palavras. Isso acontece sem a gente perceber, mas é bom termos essa consciência e pensarmos: 'Opa, espera aí! É preciso ter igualdade'." 

À FLOR DA PELE

Juliano Laham conta que ficou emocionado quando gravou a cena em que Luccino descobre que é homossexual e desabafa com a amiga Mariana (Chandelly Braz). 

"Foi muito difícil para mim, emocionalmente falando [gravar essa sequência]. Eu vivenciei tudo de uma forma muito intensa e quando acabou a cena eu caí em prantos", revela. 

"É complicado você ter que falar alguma coisa quando tem a sensação de que pode ser julgado, mal visto. Ao vivenciar esse lugar do outro, minha maior dificuldade como Luccino foi falar sobre o assunto com pessoas que eu amo", diz. 

Laham afirma ainda que o mecânico provavelmente terá que enfrentar uma possível desaprovação dos pais, mas que a notícia de sua orientação sexual também terá respostas positivas.