Arquivo Bem Paraná

Pesquisa divulgada pela consultoria Global Wealth Report Review 2018 mostra que 2 mil milionários brasileiros foram embora do Brasil em 2017, levando todo o patrimônio. O estudo aponta ainda que o País permanece entre os Top 10 quando o assunto é abandonar o país. O perfil são pessoas que possuem mais de US$ 1 milhão ou mais em ativos.

“A crise político-econômica que se instalou no Brasil minguou as esperanças dos brasileiros. Além dos milionários, estamos deixando ir também muitos talentos, como pesquisadores, médicos e engenheiros em início de carreira que não enxergam mais um futuro promissor aqui”, analisa Daniel Rosenthal, diretor da InvestUSA360, plataforma que oferece todas as informações e serviços para quem pretende se mudar ou investir em imóveis nos Estados Unidos.

Só em 2017, foi registrada quase 22 mil declarações de saídas definitivas do país. Nos últimos cinco anos, houve um crescimento de 400% no número de brasileiros que querem imigrar. Os dados são da Receita Federal. A Comunicação de Saída Definitiva do País é obrigatória.

No último relatório da New World Wealth o Brasil ficou em 7º sétimo lugar no ranking de fluxo de saída de fortunas em 2017. Os chineses lideram a lista, seguidos pelos indianos.

A saída de brasileiros qualificados é crescente. O diretor do InvestUSA360 conta que muitos executivos estão abandonando as empresas na qual trabalham para empreender em um negócio próprio nos Estados Unidos por meio do Visto E-2, que é baseado nos tratados comerciais que os EUA têm com países como Itália, França, Paraguai, etc. O Brasil não tem essa parceria estabelecida com os EUA.

Pesquisa realizada em maio pelo Datafolha mostra que 56% dos entrevistados com ensino superior completo gostariam de deixar o Brasil. A faixa etária entre 35 e 44 anos corresponde a 44% do desejo de mudança. Estados Unidos permanecem sendo o país escolhido para imigração, com 14% da preferência, seguido de Portugal com 8%. A maioria é da classe A/B. Foram ouvidas 2.099 pessoas na pesquisa.

“O que ouço das pessoas que querem ir embora não é apenas a insatisfação política e econômica, mas também sobre a dificuldade com o brasileiro que empreende e não vê retorno do Estado. O American Dream, geralmente forte na adolescência por causa da Disney e intercâmbio, conquistou o público adulto com seus MBAs, e agora chega para levar as famílias estabelecidas, que buscam um futuro mais promissor”, conclui Rosenthal.