RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Após uma semana de represamento, a Petrobras subirá o preço da gasolina em suas refinarias nesta quinta (13). O reajuste será de 1%, ou R$ 0,02, para R$ 2,294 por litro.

Desde o dia 18 de julho, quando se iniciou o ciclo de alta atual, o preço da gasolina vendida pela estatal acumula aumento de 13,8%.

Se for considerado o momento em que a estatal adotou a nova política de preços, o reajuste é ainda maior.

Com mais essa nova alta, os preços da gasolina nas refinarias da Petrobras acumulam agora alta de 61,10% e estão em nível recorde desde que a companhia passou a adotar sua atual política de reajustes até diários das cotações, em meados do ano passado.

A alta nas refinarias vem pressionando os preços nas bombas, que subiram em média 1,77% na semana passada, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), para R$ 4,525 por litro.

Nesse levantamento semana da agência, a marca histórica para o valor da gasolina na bomba foi verificada em junho deste ano, na esteira da paralisação dos caminhoneiros, quando bateu uma média histórica, a 4,614 reais por litro.

A pesquisa desta semana só será divulgada na sexta-feira (14), no entanto, acompanhamento feito pela reportagem identificou que em São Paulo e em pelo menos outros 12 estados já é possível encontrar gasolina acima de R$ 5 por litro.

Os aumentos são pressionados pela elevação das cotações internacionais e pela desvalorização cambial no Brasil.

Nesta terça (11), o petróleo negociado em Londres subiu 2,18% com preocupação de investidores sobre a chegada do furacão Florence aos Estados Unidos.

Por uma semana, desde a última quarta (5), a Petrobras manteve o preço da gasolina em R$ 2,2069 por litro.

Na quinta (6), a empresa anunciou uma mudança em sua política de preços, incluindo a permissão para segurar reajustes por até 15 dias em caso de pressão altista provocada por fatores externos, como desastres naturais ou desvalorização cambial acentuada.

Nos períodos de represamento, a estatal diz que evitará prejuízos por meio de um mecanismo de proteção financeira, conhecido como hedge, que prevê a negociação de contratos futuros de gasolina e dólar.

Já o preço do diesel da Petrobras segue com o preço congelado em 2,2964 reais por litro, graças ao programa de subvenção do governo federal ao combustível, anunciado após a greve de caminhoneiros em maio –deflagrada justamente por questionar

O programa de subsídio está em vigor até o final deste ano.

Com o fim do programa, a política de hedge divulgada especificamente para o caso da gasolina poderá eventualmente ser adotada pela Petrobras também para o diesel, segundo o presidente da companhia, Ivan Monteiro.

De acordo com o executivo, ainda não há uma decisão sobre o tema, que será avaliado internamente.

Segundo dados oficiais do governo, desde o início do programa de subsídios, as importações de diesel pelo Brasil caíram 42%. O dado leva em consideração o período de junho até o mês passado, ante igual período do ano anterior.

A queda reforça a posição dos importadores, que disseram estar reduzindo as atividades por causa da subvenção ao diesel. Também mostra como a Petrobras está sendo chamada a participar mais do mercado, seja com produção própria ou importações.