O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) Composto do Brasil caiu de janeiro para fevereiro, mas ainda sustenta marca acima dos 50 pontos, que indica melhora nas expectativas de empresários. No mês passado, o PMI Composto voltou ao nível mais baixo dos últimos oito meses, ao marcar 50,9 pontos ante 52,2 pontos de janeiro na série com ajuste sazonal. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 4, pela IHS Markit.

A queda em fevereiro, depois de um bom desempenho em janeiro, é resultado da média ponderada dos desempenhos dos serviços e da indústria. Enquanto a produção industrial atingiu recorde de alta de três meses, a prestação de serviços frustrou.

Em fevereiro, o PMI do setor recuou de 52,7 pontos em janeiro para 50,4 em fevereiro. Segundo a IHS Markit, esse foi o “aumento mais fraco da produção na atual sequência de oito meses de expansão”.

Em nota à imprensa, a economista principal da IHS Markit, Pollyanna De Lima, afirmou que houve uma reversão de direção brusca nos setores industrial e de serviços do Brasil, “com o setor industrial sendo a principal fonte de crescimento em fevereiro, após um desempenho oposto ter sido observado em janeiro”.

“O volume de novos pedidos se expandiu a um ritmo mais lento, mas sólido mesmo assim, tendo ficado acima de sua média de longo prazo. Foram registrados crescimentos em três das cinco principais áreas da economia de serviços, as exceções sendo a de Transporte e Armazenamento e de Informação e Comunicação. O crescimento mais rápido foi observado na categoria de Finanças e Seguros”, diz a nota da IHS Markit.

Pollyanna escreveu que a desaceleração em serviços decorreu de um “abrandamento” da demanda. Segundo ela, as empresas mencionaram “crescimento mais fraco no volume de novos negócios em três meses”.

No texto, os analistas escrevem que as empresas de serviços indicaram que o fortalecimento do dólar americano, aliado a preços mais altos de alimentos, combustíveis e peças, causou um aumento adicional das despesas operacionais. “A taxa de inflação de custos se atenuou, atingindo um recorde de baixa de três meses, mas permaneceu acentuada e acima de sua média histórica”, diz a nota.

Apesar do dado frustrante de fevereiro, os provedores de serviços preveem crescimento em 2020. O otimismo segue “robusto pelos padrões históricos” e é sustentado por “previsões de melhores condições econômicas, novos projetos e a aprovação de reformas públicas”.