O Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) Industrial deu um salto entre maio e junho, saindo de 38,3 pontos para 51,6 pontos, patamar que já indica alguma expansão da atividade (acima de 50 pontos), informou a IHS Markit nesta quarta-feira, 1º de julho. Foi o primeiro mês de crescimento desde fevereiro. Desde então, a pesquisa mostrava patamares baixos em função da crise desencadeada pelo coronavírus.

Segundo a IHS Markit, o retorno à expansão dos volumes de produção e de novos pedidos foi o que sustentou o PMI em junho. “Contudo, o crescimento foi principalmente a nível interno – já que as vendas para exportação continuaram a cair – e os entrevistados continuaram a mencionar que os volumes de novos negócios permanecem, de um modo geral, extremamente baixos quando comparados com os observados antes do início da pandemia.”

Então, com a operação abaixo da capacidade, as empresas também continuaram a cortar tanto os níveis de empregos quanto a atividade de compra, embora a taxas mais baixas do que no mês anterior, revela a nota da IHS Markit. “As empresas indicaram uma necessidade de reduzir os custos nas suas fábricas, tanto os relativos à quantidade de compras quanto ao número de empregos, com o objetivo de aumentar a produtividade, ou utilizar estoques existentes na produção sempre que possível. Os estoques de insumos foram cortados pelo nono mês sucessivo em junho, ao passo que houve uma modesta queda nos produtos armazenados pelo décimo mês consecutivo.”

Segundo a IHS Markit, a inflação dos insumos foi a mais acentuada em vinte e um meses devido ao câmbio depreciado e também ao encarecimento de produtos alimentícios. Dessa forma, as empresas repassaram, segundo a instituição, o aumento para os produtos, o que elevou essa taxa de inflação ao maior nível desde setembro de 2018.

Com o aumento da produção e de novos pedidos, assim como com projeções otimistas para a demanda e para as vendas nos próximos meses, o grau de otimismo dos empresários industriais atingiu o maior nível desde fevereiro.

“Temos que colocar os valores mais recentes no contexto do colapso da produção observado em abril e

maio. O crescimento modesto é apenas uma pequena, embora positiva, forma de compensar as perdas recentes, e como resultado, as empresas – enfrentando um grande excesso de capacidade – continuam a cortar empregos e compras a um ritmo rápido”, analisa o diretor de Economia da IHS Markit, Paul Smith.