A polícia alemã lançou na sexta-feira, 3, uma operação contra um grupo neonazista em três Estados. Os agentes acusam sete de seus membros de preparar um ataque com coquetéis molotov contra uma mesquita e de planejar outras ações contra empresas de imigrantes.

Segundo a polícia, armas e munições, assim como símbolos nazistas, foram apreendidos na operação contra a organização Freie Kräfte Prignitz. A operação foi realizada em seis casas dos Estados de Brandenburgo, Mecklenburg-Pomerânia Ocidental e Saxônia-Anhalt. As investigações estão sendo a cargo do Departamento Penal Regional (LKA) de Brandenburgo, um Estado nas proximidades de Berlim. Durante a operação, a polícia também apreendeu vários computadores e telefones celulares dos membros da organização neonazista.

O grupo, conhecido desde 2014, está na lista de organizações de extrema direita contrárias à ordem constitucional do Escritório Federal para a Proteção da Constituição. No mês passado, a polícia da Alemanha colocou sob vigilância, pela primeira vez, uma filial regional do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão).

No Estado de Brandemburgo, a AfD ficou em segundo lugar nas eleições regionais de 2019, com 23,5% dos votos. Até agora, a vigilância era aplicada apenas a grupos considerados uma ameaça à democracia ou ao estado de direito. Em março, as autoridades já haviam decidido monitorar a ala mais radical da AfD, próxima dos neonazistas.

O governo da chanceler Angela Merkel acusa o partido de estimular o aumento de atentados de extrema direita com seus discursos contra os imigrantes. Nos últimos anos, a Alemanha foi alvo de vários ataques de extremistas, mas o que mais preocupa as autoridades é a ameaça de terrorismo, especialmente desde o assassinato, há um ano, de um deputado alemão do partido de Merkel, a União Democrata-Cristã (CDU).

Em fevereiro, 12 membros de um grupo de extrema direita foram presos como parte de uma investigação antiterrorista.

Acredita-se que eles planejaram ataques em larga escala contra mesquitas, inspirados nos atentados de Christchurch, na Nova Zelândia. Em outubro, um homem ligado à extrema direita tentou atacar uma sinagoga em Halle. Como não conseguiu, atirou em um pedestre e no cliente de um restaurante de kebab, transmitindo a ação ao vivo pela internet. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.