RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A polícia do Rio prendeu na tarde desta segunda-feira (9) um homem apontado como segurança pessoal de Rogério Avelino, conhecido como Rogério 157. Rogério é um dos chefes do tráfico da favela da Rocinha, em São Conrado, na zona sul do Rio e continua foragido. A polícia tem feito operações diárias na Rocinha para tentar capturar o traficante e seu bando.

A Polícia Militar divulgou que prendeu nesta segunda Adaílton da Conceição Soares, 32, conhecido como “Mão”, que seria o segurança de Rogério 157. A prisão levanta a suspeita de que Rogério não estaria na favela, que está ocupada por 550 policiais militares desde que as Forças Armadas desmontaram o cerco na favela, no último dia 29.

Diversas operações têm sido feitas em outros morros, para onde há a suspeita de que bandidos do grupo de 157 teriam ido com a ocupação da Rocinha. Após a saída das Forças Armadas da Rocinha, diversos confrontos foram registrados. Somente neste final de semana, três civis sem relação com os conflitos foram feridos por balas perdidas. Nesta segunda-feira, um novo tiroteio foi registrado no fim da manhã. Dois corpos foram encontrados na região da rua 1, um dos epicentros da guerra de facções, iniciada em 12 de setembro.

A guerra ocorreu porque Rogério 157, integrante da facção ADA (Amigo dos Amigos), se recusou a devolver o controle das bocas de fumo da favela a um homem enviado pelo antigo chefe do tráfico da Rocinha, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, preso em Rondônia. Rogério matou o emissário de Nem e expulsou aliados do então colega e agora rival. A ação motivou uma tentativa de invasão em 12 de setembro. Bandidos de outras favelas do ADA tentaram, sem sucesso, retomar o controle das bocas de fumo, tidas como entre as mais rentáveis do Rio.

A polícia interveio e após cinco dias de intensos confrontos, as Forças Armadas, que já estavam no Rio para reforço na segurança pública, foram acionadas. Havia a expectativa de que a maior parte dos bandidos ou tinha deixado a favela ou tinha se refugiado na mata que fica no alto do morro. Após uma semana no local, as tropas federais deixaram a Rocinha. A retirada ocorreu mesmo com as evidências de que apesar do cerco os bandidos não tinham deixado a favela, como divulgaram as autoridades à época.

No dia em que foi anunciada a retirada das tropas federais, dois jovens foram torturados por bandidos no morro. Eles teriam sido confundidos por homens do bando de Nem, o que reforçou a presença dos dois bandos em guerra mesmo com a presença ostensiva do poder público. Policiais do Bope, do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações com Cães fazem diariamente incursões no morro em busca de criminosos. Segundo moradores, os bandidos passam o dia escondidos e voltam às suas antigas posições durante a noite. Pesquisa Datafolha sobre sensação de insegurança no Rio de Janeiro.

MIGRAÇÃO

Pesquisa Datafolha feita com os moradores do Rio realizada em 3 e 4 de outubro constatou que 7 em 10 moradores da cidade querem deixá-la por causa da violência. A porcentagem é maior entre os mais escolarizados. Além disso, para os cidadãos cariocas, mais da metade dos moradores do Rio acredita que os usuários de drogas são mais responsáveis pela violência na cidade do que os traficantes.