O delegado da Polícia Federal responsável pela Operação Dominó, Roberto Biasoli, disse nesta terça-feria, (15), que há indícios de que o dinheiro oriundo do narcotráfico tenha sido entregue a políticos e agentes públicos corruptos investigados pela Operação Lava Jato. Para ele, há indícios de um vínculo muito claro do dinheiro do narcotráfico, em espécie, indo parar nas mãos de políticos. 

A Operação Efito Dominó foi deflagrada nesta terça-feira e prendeu oito pessoas, entre elas dois doleiros que atuavam para o narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, conhecido também como o "embaixador do tráfico". Ele é apontado pela PF como o maior traficantes de drogas do Brasil e um dos maiores do mundo. 

O vínculo entre o narcortráfico e as investigações da Operação Lava jato é o doleiro Carlos Alexandre Souza Rocha, o Ceará. Em 2015, ele firmou acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) que foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

No acordo, Ceará afirma que trabalhava para o doleiro Alberto Youssef como entregador de valores e mencionou repasses de dinheiro em espécie direcionados a diversos políticos como os senadores Fernando Collor de Melo (PTC-AL), Renan Calherios (MDB-AL) e Aécio Neves (PSDB-MG). Os repasses teriam sido ordenados por empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato.