Policiais federais cumpriram na manhã desta quinta-feira (18) um mandado de busca e apreensão em imóveis do deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) no bairro Vista Alegre, onde a ex-mulher dele mora e em um apartamento no Alto Glória, em Curitiba. O parlamentar teria sido indicado pelo presidente Michel Temer para receber propina, segundo o jornal O Globo.

Os gabinete de Rocha Loures e do senador Zezé Perrela (PSDB-MG) no Congresso também são alvos desta operação. A ação é um desdobramento da Operação Lava Jato. Os agentes também fazem buscas no Rio de Janeiro nos apartamentos do senador Aécio Neves e ainda há um mandado de prisão contra a irmã dele, Andréa Neves. Além disso, um procurador da República foi preso e há mandados contra pessoas ligadas ao ex-deputado federal Eduardo Cunha.

A delação dos donos da JBS, Joesley Batista e o seu irmão Wesley, apontam que o deputado federal paranaense foi filmado recebendo R$ 500 mil para comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), com o aval do presidente Michel Temer (PMDB/SP). Segundo a reportagem do jornal O Globo, Rocha Loures – que até o ano passado era chefe de gabinete de Temer – foi escalado pelo presidente para intermediar a negociação.

O próprio Temer foi gravado por um dos donos do grupo J&F, proprietário da marca JBS, falando sobre a compra do silêncio de Cunha, preso desde o final do ano passado pela operação Lava Jato, em Curitiba, acusado de ter recebido propina de R$ 5 milhões para intermediar negócios da Petrobras.

De acordo com o colunista Lauro Jardim, de O Globo, Temer indicou o paranaense para resolver a questão, que posteriormente foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley Batista. Segundo o jornalista, Temer ouviu do empresário Joesley Batista, da JBS, que ele estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para que ficassem em silêncio.

Ainda segundo o jornal, o presidente disse: “Tem que manter isso, viu?” Segundo “O Globo”, Joesley e seu irmão Wesley foram ao gabinete do ministro do Supremo Edson Fachin para selar um acordo de delação premiada.