Ricardo Marajó/FAS

Centenas de pessoas em situação de rua foram atendidas no Mutirão Curitiba Que Não Dorme, promovido pela Prefeitura de Curitiba, nesta sexta-feira (22/3), na Praça Rui Barbosa. A ação, que contou com a participação de grupos voluntários, ofereceu das 9 às 16 horas, serviços nas áreas da assistência social, trabalho, saúde, defesa social, proteção animal para os pets de estimação, além de atividades recreativas e culturais.

No Expresso Solidariedade foram servidas 280 refeições e 200 lanches da tarde, feitos e distribuídos por voluntários da Igreja Metodista. No cardápio do almoço teve arroz, feijão, frango assado com batata, farofa e suco. À tarde, cachorro-quente, chineque e suco.

Pelo menos 40 pessoas fizeram cadastro para acesso a benefícios e atendimento social, 51 foram atendidas pelo Sine em busca de emprego, 30 receberam orientação sobre prevenção ao uso e abuso de drogas, e seis pessoas levaram seus cães para aplicação de vacinas, vermífugo e antipulgas.

Grupos voluntários atenderam ainda 120 pessoas com corte de cabelo e ofereceram 15 vagas em comunidades terapêuticas para aqueles que buscaram tratamento para dependência química.

Voluntários da Cruz Vermelha fizeram 250 exames de glicemia e aferição de pressão arterial. Muitas das pessoas atendidas foram pedestres que passavam pelo local e aproveitaram o atendimento.

“Organizamos esse mutirão para cuidar e servir as pessoas. Queremos cada vez mais desenvolver esse trabalho intersetorial e unir esforços com a sociedade civil porque o problema da população em situação de rua não é apenas do município, é de toda a cidade”, disse o presidente da Fundação de Ação Social (FAS), Thiago Ferro.

Oportunidade

Orientado pela equipe da FAS, Valdemir Obladen, 45 anos, foi ao mutirão em busca de uma vaga para tratamento para dependência química e fazer os documentos pessoais que perdeu. Em situação de rua há dois meses, desde que deixou a prisão, onde cumpriu pena por seis anos, ele conseguiu uma vaga na comunidade terapêutica Mannain.

“Esse é meu primeiro passo para melhorar minha situação. Com esse internamento vou parar de usar droga e mudar de vida”, disse ele.

Moacir Sidney Lopes da Silva, 33 anos, que frequenta o Centro de Referência Especializado para População de Rua (Centro Pop) Plínio Tourinho, aproveitou o mutirão para atualizar o Cadastro Único, cortar o cabelo, fazer documentos e se alimentar.

“Quero sair da rua e com a ajuda da FAS sei que conseguirei”, disse Silva, que passou a infância em um orfanato e depois decidiu a viver nas ruas.

Parceria

O Mutirão Curitiba Que Não Dorme foi organizado pela FAS e contou com serviços das secretarias da Defesa Social, com o projeto Intervidas; Saúde, com o Consultório na Rua; Meio Ambiente, com a Rede de Proteção Animal, Esporte, Lazer e Juventude e a Fundação Cultural de Curitiba.

A ação contou com a participação de representantes das Igrejas Metodista Central e Bacacheri e Abba, grupos Gadareno e Cristolândia, comunidades terapêuticas Cravi, Crenvi, Caverna, Mannain, Gratidão, Novo Caminhar, Vinde Semear, Restaurar, Precavida e Compacta.