ISABEL FLECK

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma semana depois de anunciar apoio ao governador Márcio França (PSB), o PP formalizou, nesta sexta-feira (22), sua aliança com o pré-candidato do PSDB ao Palácio dos Bandeirantes, João Doria. Com a adesão, o tucano, que já lidera as pesquisas, também se torna o concorrente ao governo paulista com mais tempo de TV e rádio.

Na cerimônia que oficializou o apoio do PP, o presidente do partido em São Paulo, Guilherme Mussi, afirmou que “talvez houve um erro de timing” da sigla ao ter anunciado previamente uma aliança com França.

Segundo Mussi, nos últimos sete dias, o PP teria tomado a decisão de se unir a Doria após ampliar as consultas com as bases da legenda no interior de São Paulo.

“Nós antes tínhamos tomado uma decisão de cúpula do partido”, disse. “Talvez houve sim um erro de cronograma, de timing: deveríamos ter ampliado as consultas antes de ter tomado a decisão”, afirmou, ao lado de Doria.

De acordo com o Painel, contudo, Mussi disse a França não ter certeza de que o governador iria cumprir as promessas de cargos feitas ao PP.

Ao novo apoiado, o presidente do PP regional prometeu fidelidade e disse que “pode ser que aconteça” uma aliança nacional de seu partido com a campanha de Alckmin. “Mas não houve nenhum condicionamento do apoio à candidatura do João [Doria].”

O presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, que esteve presente no anúncio do apoio a França no dia 15, não participou do evento desta sexta. Segundo Mussi, ele estava em agenda de campanha no Piauí, mas “apoia e endossa” a aliança com Doria.

O tucano, em sua fala, disse não ter feito a aliança apenas “pela soma de tempo de televisão e pela soma de valores eleitorais”. Com a mudança, ele terá pouco mais de 22 minutos, contra cerca de 20 minutos de França.

Questionado sobre o possível impacto da prisão do ex-secretário de Alckmin Laurence Lourenço na campanha, Doria disse que não comentaria.