O Paraná está encerrando a colheita da safra 2012/13 com o volume recorde de 36,4 milhões de toneladas de grãos, o que corresponde a um aumento de 17% em relação que a safra anterior (2011/12). A estimativa é da pesquisa mensal do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, correspondente ao mês de novembro, divulgada nesta quinta-feira (28). Para a safra de verão que está no campo (2013/14), a previsão do Deral é colher 22,63 milhões de toneladas. 

A maior produção da safra 2012/13 em relação à safra anterior é resultado das boas condições climáticas e do aumento da área plantada de algumas culturas. Houve também recuperação da produção, pois a safra 2011/12 foi castigada severamente pela falta de chuvas, causando reduções na safra de verão. 

A produção de soja foi recorde com um aumento de 46% sobre a safra 2011/12. O volume colhido atingiu 15,82 milhões de toneladas, cerca de 5 milhões de toneladas a mais que a anterior. Em relação ao milho, apesar da redução de 10% na área plantada na primeira safra, a produção foi 7% maior, passando de 6,64 milhões de toneladas, na safra 11/12, para 7,14 milhões na safra 12/13. 

O volume total das duas safras de milho no ano agrícola 12/13 atingiu 17,4 milhões de toneladas, cerca de 830 mil toneladas a mais que o resultado das duas safras no ano anterior (11/12), que totalizou 16,6 milhões de toneladas. 

Na cultura do feijão, outro grão de expressão econômica plantado no Paraná, houve redução de 13% na área plantada da primeira safra, que caiu de 248 mil hectares para 214 mil hectares. A produção acompanhou essa redução de área e caiu de 350,2 toneladas para 329,5 toneladas, queda de 6%. 

Na atual safra de trigo, cuja colheita está chegando ao fim, houve aumento de 25% na área plantada, que passou de 782 mil hectares, na safra anterior, para 980 mil hectares. Porém os problemas climáticos ocorridos durante o desenvolvimento das lavouras resultaram em uma produção 15% menor que a obtida no ano anterior. Espera-se colher 1,8 milhão de toneladas do grão. A quebra na safra 2012/13 em relação à estimativa inicial foi de 39%, informou a engenheira agrônoma do Deral, Juliana Tieme Yagushi. 

SAFRA 2013/14 – A safra de grãos 2013/14 está com o plantio praticamente concluído no Estado e o clima tem colabora com o desempenho das lavouras. As cotações dos principais grãos estão atraentes para os produtores. Se não houver problemas de clima até o início de 2014, o Paraná deve colher nova produção recorde de soja. O Deral prevê uma colheita de 16,37 milhões de toneladas do grão, 4% acima do resultado da safra 2012/13. 

Também houve aumento de 4% na área plantada, refletindo o entusiasmo do produtor com os preços da soja no mercado, em torno de R$ 68,00 a saca. De acordo com o chefe da Conjuntura do Deral, economista Marcelo Garrido, os mercados nacional e internacional estão compradores, principalmente devido à maior demanda chinesa. 

Do volume total de soja colhido no Paraná no ano safra 2012/13, que foi de 15,82 milhões de toneladas, foram exportadas 7,3 milhões de toneladas do grão, sendo que 84% desse total foram destinados à China. Segundo Garrido, a previsão é que o mercado internacional continuará atraente para a soja, mesmo com as expectativas de aumento na produção do grão na América do Sul e nos Estados Unidos. Isso porque a previsão de produção ainda não será suficiente para recomposição dos estoques internacionais a um nível confortável, explicou o técnico. 

Com uma área maior de soja, o produtor reduziu o plantio de milho na primeira safra. Segundo pesquisa do Deral, a área plantada com milho caiu 23%, a menor área plantada da história com 673 mil hectares. A previsão de produção aponta para um volume de 5,65 milhões de toneladas. O preço do milho fechou ao redor de R$ 18 a saca. Apesar da reação nos últimos dias, esse valor ainda não é remunerador, disse a técnica Juliana Yagushi. 

Para o feijão da primeira safra, a estimativa do Deral aponta para um aumento de 30% na produção, que deve passar de 329.487 toneladas para 428.935 toneladas. Os preços continuam animadores e os produtores aumentaram a área plantada em 10%. Atualmente, o feijão preto é cotado por R$ 137,96 a saca e o feijão de cor por R$ 103,04. 

O trigo, cuja colheita está a 5% de sua finalização, é cotado a R$ 44,32 a saca, valor ainda considerado bom para o produtor nesse período onde se concentra a colheita da safra de trigo do Rio Grande do Sul e da Argentina.