Vamos ter muito trabalho para construir o novo normal. Principalmente se o novo normal for realmente novo. Para que a realidade pós-pandemia seja mais justa, mais igual e mais solidária, será preciso rever sistemas econômicos, convenções ultrapassadas, métodos de produção. Ainda que revolucionária, a moda, um dos setores que mais emprega gente na criação e na linha de produção no mundo todo, é um exemplo do quanto ainda precisa ser feito para acertarmos a conta da diversidade racial.
Enquanto nos arrepiamos diante da convulsão social provocada por atos de racismo, é importante fazer um exercício e lembrar de quantos estilistas negros conhecemos, quantos modelos famosos, quantas marcas comandadas por executivos negros. A moda, aos poucos, tenta tirar esse atraso, mas ainda há muito a se fazer, principalmente quando pensamos que negros de origem africana e latino-americana são a maior parte da mão-de-obra escrava nas oficinas de costura.
Para que a vida nova mereça este nome, temos de fazer a nossa parte, nos informando, deixando de nos calar, protagonizar as nossas escolhas e consumir com consciência. Para dar uma ajudinha, aqui vão estilistas negros incríveis, que merecem (e já têm) seu lugar entre os maiores. Informação é vida, moda é cultura e preconceito é crime. Simples assim.
Com ascendência haitiana, Stella Jean mistura referências caribenhas com alfaiataria italiana, nos desfiles da Semana de Moda de Milão
A coleção de Virgil Abloh para a Louis Vuitton masculina
O mineiro Luiz Claudio, da Apartamento 03, é um dos grandes nomes da moda e da alfaiataria nacional. Ele desfila na SPFW
A angolana Soraya da Piedade vive pelo mundo, já foi premiada como designer do ano em Londres e abriu sua marca em Curitiba
