SKOPJE, MACEDÔNIA (FOLHAPRESS) – O presidente da Macedônia, Gjorge Ivanov, disse nesta quarta-feira (13) que não assinará o acordo com a Grécia para mudar o nome do país para Macedônia do Norte, medida que irritou a direita nacionalista dos dois Estados.

A decisão dos primeiros-ministros macedônio, Zoran Zaev, e grego, Alexis Tsipras, -ambos de esquerda- daria fim a 27 anos de disputa pelo nome Macedônia, o mesmo do país balcânico e de uma província do norte da Grécia.

A medida ajudaria a desbloquear um possível acordo macedônio com a União Europeia e a Otan, visto que Atenas, membro das entidades, retiraria sua reivindicação do que vê como uma tentativa expansionista do vizinho.

“Esta é minha posição final e eu não cederei a nenhuma pressão, chantagem ou ameaça. Eu não vou apoiar ou assinar um acordo que nos prejudica tanto”, disse Ivanov, ligado à direita nacionalista macedônica.

Embora o presidente tenha poder de veto, a oposição pode ser derrubada no Parlamento, onde Zaev tem maioria. A expectativa é que isso ocorra antes que a UE e a Otan reabram o processo, a partir do final de junho.

Pelo acordo, a Macedônia mudará seu nome de Ex-República Iugoslava da Macedônia para República da Macedônia do Norte. Os críticos consideram uma cessão aos órgãos internacionais e uma destruição da história.

Já do lado grego, o líder do partido conservador Nova Democracia, Kyriakos Mitsotakis, disse que apresentará uma moção de repúdio como Tsipras por considerar que o primeiro-ministro de fazer mal acordo e não ter legitimidade.

Ao se tornar independente, em 1991, a Macedônia adotou o mesmo nome que usava desde 1944, quando era parte da antiga Iugoslávia. Do lado grego, a província da Macedônia é a mesma dos reis da Macedônia antiga, Alexandre Magno e Felipe 2º.