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O presidente do Chile, o conservador Sebastián Piñera, apresentou uma denúncia contra si mesmo às autoridades sanitárias nesta segunda-feira, 7, após gerar polêmica por caminhar sem máscara na praia e tirar foto com pessoas sem o acessório obrigatório no espaço público.

“Ao ser reconhecido pelas pessoas que estavam naquele local, lhe pediram várias fotografias, às quais ele aceitou sem perceber a necessidade de usar a máscara”, explicou um breve comunicado do governo chileno.

Num fim de semana prolongado para um feriado que acontece na terça-feira, Piñera como muitos chilenos, principalmente de Santiago, foi à praia do litoral central, a cerca de 100 km da capital.

O presidente caminhou pelo exclusivo balneário de Cachagua, a cerca de 160 km do noroeste de Santiago, sem cobrir o rosto com máscara, medida imposta como obrigatória por seu próprio Executivo para evitar casos pelo novo coronavírus, que no Chile registra mais de 560 mil casos e 15.628 mortos desde que o primeiro caso foi detectado em 3 de março.

Durante sua caminhada, ele tirou fotos com cidadãos, que postaram as imagens em redes sociais, o que gerou polêmica no país devido ao mau exemplo dado por Piñera.

“Ontem fui passear na praia, o que não fazia desde o ano passado. A caminhada foi bastante solitária até que algumas pessoas me reconheceram e pediram para tirar uma foto”, reconheceu.

“Sem dúvida deveria ter colocado a máscara, mas pela rapidez com que os acontecimentos ocorreram não o fiz e foi um erro que lamento e peço desculpa”, publicou o presidente nas suas redes sociais um dia a seguir às polêmicas fotos.

Para resolver a situação, o presidente submeteu nesta segunda-feira, 7, um relatório escrito por si mesmo à Secretaria Regional de Ministros (Seremi) “com o objetivo de levar a diante o respectivo procedimento administrativo de controle de saúde”, afirmou a Presidência.

Penalidades

Na última quinta-feira, as autoridades sanitárias anunciaram medidas para evitar a propagação do covid-19 durante as férias de verão, que começam em dezembro no hemisfério sul, e entre as indicações destaca-se a proibição de retirada da máscara nas praias, com exceção da hora do banho.

O descumprimento dos protocolos e o fato de colocar em risco a saúde pública são puníveis no Chile com pena de prisão menor em seu grau mínimo ou com multa que pode variar entre US$ 400 e US$ 13,6 mil, aproximadamente.

Com mais de 560 mil casos e 15.628 mortes por SARS-CoV-2, o Chile tem desde meados de setembro taxas de positividade abaixo de 5% e números de infecções diárias e mortes que permanecem sem grandes altos e baixos.

Apesar disso, as autoridades demonstraram preocupação nas últimas semanas com um possível aumento de casos após a chegada das férias de verão e o próprio presidente anunciou a prorrogação do estado de emergência devido à pandemia por mais três meses. (Com agências internacionais)