SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Candido Bracher, presidente do Itaú Unibanco, disse que pessoalmente achou que a decisão do Banco Central, de impor restrições à compra da XP,  “rigorosa demais”.

“Não havia risco para a concorrência na forma como negociamos. Acho que a concorrência se intensifica à medida que a XP fica mais forte. Mas o BC decidiu e cabe a nós acatar. E a vida segue. Continuamos achando interessante o negócio”, afirmou Bracher. Ele afirmou que os membros que o Itaú indicará serão membros do nosso conselho, não executivos dos bancos.

Roberto Setubal, copresidente do conselho de administração do Itaú, disse que o negócio com a XP começou com uma motivação estratégica. “Estava definido que ela faria parte do Itaú e até termos o controle de fato, nós participaríamos da gestão e discutiríamos as estratégias. Agora nós nem sabemos se um dia conseguiremos comprar. Ficou em aberto. Pode ser que sim ou não, mais provável, não. Deixou de ser negócio estratégico e passou a ser mais um investimento em si”, afirmou Setubal.

O copresidente do conselho do Itaú disse acreditar que o modelo de negócio da XP é bom, vai crescer se se tornar rentável e gerar valor para o acionista do banco. “A XP está performando acima do valuation que fizemos quando fechamos o negócio há um ano e meio. Estão crescendo um pouco acima do previsto. O fato de eles poderem anunciar que o Itaú é acionista deu mais confiança para atrair clientes para a operação deles. Estamos felizes com a transação, mas não temos mais direto de comprar o controle.”

Bracher afirmou ainda que o interesse na XP aconteceu porque ela explora o mercado de investimento de uma maneira que o banco não consegue replicar, via agentes autônomos. “Achamos essa forma interessante e que tende inexoravelmente a crescer no mercado”, disse.

Inicialmente, o Itaú fechou a compra de 49% da XP e garantiu opções de compra e venda, que lhe dariam o controle da XP em até 15 anos. O BC vetou essas opções, o que equivale dizer que uma eventual compra do controle da XP pelo Itaú terá de ser renegociada, se um dia acontecer. O BC também vetou que o Itaú tenha ingerência na empresa, poderá apenas indicar dois conselheiros e três membros do comitê de auditoria.