ISABEL FLECK

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Na cerimônia que selou o apoio do PP ao pré-candidato do PSDB ao governo paulista, João Doria, o deputado Guilherme Mussi, presidente do Progressistas em São Paulo disse que “talvez houve um erro de timing” da sigla no estado ao ter anunciado, há uma semana, uma aliança com o governador Márcio França, pré-candidato pelo PSB.

Segundo Mussi, nos últimos sete dias, o PP ampliou as consultas com as bases do partido no interior de São Paulo e o sentimento de que a sigla deveria reconsiderar a decisão foi “esmagadoramente maior”. 

“Talvez houve sim um erro de cronograma, de timing: deveríamos ter ampliado as consultas antes de ter tomado a decisão”, disse Mussi ao lado de Doria. “Nós antes tínhamos tomado uma decisão de cúpula do partido, principalmente com os mandatários, os detentores de mandato, os deputados estaduais e federais.”

Segundo informou o Painel, da Folha, o presidente do PP paulista informou França do rompimento por uma mensagem de WhatsApp.

Ao novo apoiado, no entanto, Mussi promete fidelidade. “Já se esgotaram as consultas, não tem mais como haver nenhum tipo de mudança. A decisão está tomada, é definitiva e seguiremos juntos, em frente até o final.”

Com a mudança, os 3 minutos e 34 segundos de tempo de TV e rádio do PP deixam França e vão para Doria, que já soma o maior tempo, com 22 minutos e 11 segundos, seguido pelo governador paulista, que ficará com 20 minutos e 18 segundos. Paulo Skaf (MDB) tem 8 minutos e 42 segundo e Luiz Marinho (PT), 8 minutos e 50 segundos. 

Doria, em sua fala, disse não ter feito uma “apenas a política pela soma de tempo de televisão e pela soma de valores eleitorais”.

Sobre a ausência do presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, que esteve presente no anúncio do apoio da sigla à França na última sexta (15), Mussi afirmou que ela se deu apenas por “razões geográficas” e que Nogueira “apoia, endossa, sem dúvida nenhuma” a aliança com Doria.

“O Ciro está no interior do Piauí, com suas agendas de campanha. Como a decisão foi anunciada de forma muito rápida, ele não pode estar presente”, disse.

O presidente do diretório estadual do progressistas afirmou ainda que “pode ser que aconteça” uma aliança do PP nacional com a campanha de Alckmin. “Mas não houve nenhum condicionamento do apoio a candidatura do João [Doria].”

O pré-candidato tucano comemorou o apoio do PP citando a vitória da seleção brasileira sobre a da Costa Rica nesta sexta (22) na Copa do Mundo da Rússia. “O número 11 fez o gol consagrador da vitória aos 45 do segundo tempo. Ou seja, 11 mais 45 é vitória, vitória com João Doria”, disse, referindo-se aos números do PP e do PSDB.

Questionado sobre o possível impacto da prisão do ex-secretário de Logística e Transporte da gestão Alckmin, Laurence Lourenço, em sua campanha e na do pré-candidato tucano à Presidência, Doria disse “preferir não comentar”.