Franklin Freitas

Um preso morreu no início da tarde desta quarta-feira (27) após supostamente atear fogo em um colchão dentro de uma cela da Casa de Custódia de Curitiba, na Cidade Industrial. A morte teria sido causada por inalação de fumaça. De acordo com o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), o homem, identificado como Anderson dos Santos Ferreira, 25 anos, preso desde junho do ano passado, estava em isolamento e teria sido o responsável pelo incêndio na cela. 

“Ele tinha histórico de tentativas de suicídio, inclusive, um dia antes havia retornado do Complexo Médico Penal, onde recebeu atendimento médico. Devido a sua condição, estava alojado na área de isolamento”, afirmou o Depen em nota.

Os presos de toda uma galeria foram retirados do prédio após chegada de reforço policial. A fumaça do colchão e outros objetos queimados se espalhou por todo o edifício. Dezenas de detentos foram levados para o pátio de sol da unidade e estão sob guarda da polícia e da Seção de Operações Especiais (SOE) do sistema prisional paranaense.

Entre presos por crimes conhecidos, a Casa de Custódia abriga Edison Brittes Junior, que confessou ter matado jogador Daniel Correa Freitas no ano passado. 

Segunda morte

De acordo com o Conselho da Comunidade, órgão previsto na Lei de Execução Penal em defesa de direitos humanos, em menos de uma semana, a Casa de Custódia de Curitiba tem a segunda morte de um preso. Na madrugada de domingo (24), Renan Vieira Alves, 25 anos, foi morto por outros presos. De acordo com o Conselho, ele também estava sozinho no corredor do setor de isolamento, quando detentos de uma sala vizinha teriam conseguido arrancar uma barra de ferro e feito um buraco na parede que separava os dois ambientes. Renan morreu em decorrência do espancamento. “A unidade conta com poucos agentes para fazer a segurança do local no período noturno”, diz a entidade.

Estrutura

De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), a Casa de Custódia de Curitiba tem capacidade para 420 presos, mas abriga 720 neste momento. “Sem agentes penitenciários em quantidade para movimentar os presos que estavam na mesma galeria, apavorados com a fumaça, os detentos arrobaram as portas das celas”, diz o Sindarspen em nota. 

Segundo o sindicato, trabalham no local uma média de apenas 11 agentes por plantão para fazer custódia e movimentação dos 720 presos. 

Veja a nota do Depen:

“Um preso morreu na Casa de Custódia de Curitiba (CCC), após atear fogo no próprio colchão e dar início a um incêndio na cela. Anderson dos Santos Ferreira, 25 anos, estava preso na Casa de Custódia desde o dia 28 de junho de 2018. Ele tinha histórico de tentativas de suicídio, inclusive, um dia antes havia retornado do Complexo Médico Penal, onde recebeu atendimento médico. Devido a sua condição, estava alojado na área de isolamento.

Os agentes penitenciários prestaram os primeiros atendimentos e conseguiram retirar o preso da cela com vida, mas infelizmente Ferreira não resistiu. De imediato, o Corpo de Bombeiros foi chamado para prestar atendimento no local. A fumaça se espalhou por uma das galerias, reforços policiais foram acionados para fazer a retirada dos presos para o pátio de sol.

A situação foi controlada e não houve danos estruturais na penitenciária, apenas na área de isolamento. Alguns presos necessitaram de atendimento no local por conta da inalação de fumaça, mas passam bem.

Uma perícia é realizada no local pelo Instituto de Criminalística”.