A Copa do Mundo de futebol é considerada um dos mais importantes eventos esportivos em todo o planeta. Mesmo não sendo fã do esporte, é muito difícil para qualquer pessoa não se sentir contagiada pelo clima intenso de emoção que paira no ar. Empresas encerram as atividades mais cedo e dispensam seus funcionários para assistirem às partidas, veículos e janelas de apartamentos são enfeitados, pessoas andam pelas ruas uniformizadas. Enfim, não se fala em outra coisa, a Copa é o assunto mais comentado por onde quer que se vá.

Porém, o que é motivo de alegria e comemoração pode se tornar um problema, com consequências desagradáveis e negativas à saúde. O sentido mais sensível e vulnerável ao barulho é a audição, que pode ser seriamente comprometida quando a pessoa é exposta a ambientes com barulho demasiado. “Exposição a sons com intensidade igual ou maior do que 85 decibéis podem causar danos irreparáveis à audição”, revela o Prof. Dr. Edson Ibrahim Mitre, Secretário Geral da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).

Segundo o médico, para que a pessoa saiba se o ambiente está com volume excessivo e gerando riscos, é importante prestar atenção a alguns detalhes. “Em tendo dificuldades para entender o que um interlocutor nos diz, ou então, se ao falarmos necessitamos aumentar a intensidade da voz, estaremos em um ambiente sonoro insalubre e o indicado é solicitar ao responsável que diminua o volume do som ou então deixarmos o local”, enfatiza.

Ainda pior do que o som ambiente em volume muito alto, são os danos que o estouro de um rojão pode causar. “Neste caso, podem ocorrer lesões na membrana timpânica e nos ossículos do ouvido. Em situações mais graves, pode haver lesão da porção mais interna do ouvido, onde ficam as células nervosas e, com isto, determinar lesões auditivas irreversíveis. Pode ocorrer até mesmo a perda total da audição”, alerta o otorrinolaringologista.

Para se proteger e minimizar o risco de alguma lesão, Dr. Edson Mitre indica o uso de protetores auriculares. “Esse tipo de equipamento pode colaborar na redução da exposição ao barulho, mas o que deve ser lembrado é que a melhor prevenção é não gerar ruídos muito intensos, bem como evitar locais onde o som ambiente esteja alto ou pessoas estejam soltando fogos de artifícios”.

De acordo com o otorrinolaringologista, “lesões que acometam a membrana timpânica e ossículos podem necessitar tratamento cirúrgico, enquanto as lesões na porção mais interna dos ouvidos causam danos irreversíveis e o tratamento é mais complexo e com resultados muito limitados, muitas vezes com a necessidade de uso permanente de aparelhos auditivos”, finaliza o médico.